terça-feira, 19 de abril de 2011

Ministro petista desqualifica estudo de órgão do próprio governo sobre atraso nos aeroportos

O ministro petista Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) desqualificou nesta terça-feira estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), órgão ligado à Presidência da República, que apontou que as obras em nove dos 14 aeroportos de cidades sedes da Copa-2014 não ficarão prontas até o evento. O petista Gilberto Carvalho disse que a pesquisa foi assinada por um pesquisador que não representa a voz oficial do instituto nem do governo e foi realizada em cima de recortes de jornais. Nem nesse aspecto ele se empenhou em procurar as informações corretas, já que o estudo foi assinado por dois pesquisadores. O ministro afirmou ainda que "não há desespero", mas preocupação natural do governo com a conclusão das obras. "Não foi o Ipea que fez o estudo. Foi um pesquisador que juntou recortes de jornais para fazer esse pronunciamento. Não representa a posição do Ipea nem do governo. Estamos preocupados em realizar tudo dentro do previsto. Não há desespero nem nenhuma dúvida de que daremos conta. O Brasil vai fazer uma copa bem organizada", disse ele. A ministra também petista Miriam Belchior (Planejamento) atacou igualmente os dados do Ipea. "O estudo do Ipea tem um ponto de vista contra o qual nós temos outros dados para brigar com isso. O mais importante é o seguinte, o País inteiro está preocupado com o tema e vai se empenhar para que o Brasil tenha um excelente desempenho na Copa do Mundo". Os dois ministros petistas se notabilizaram na famigerada administração petista na prefeitura de Santo André, em São Paulo. O estudo do Ipea, assinado pelos pesquisadores Carlos Alvares da Silva Campos Neto e Frederico Hartmann de Souza, aponta que a média de prazo de obras de infraestrutura de transporte no País é de 80 meses após o fim da fase de projetos. De acordo com os pesquisadores, as obras dos aeroportos de Manaus (AM), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Salvador (BA), Campinas (SP) e Cuiabá (MT) em 2010 ainda estavam em fase de projeto e só ficariam prontas em 2017, caso os prazos médios de elaboração de projetos, licenciamentos, etc, sejam iguais aos da média no País. Já os de Confins (MG) e Porto Alegre (RS) estão com projetos básicos prontos e também não ficariam prontos a tempo para a Copa.

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