terça-feira, 19 de abril de 2011

Petrobras dá calote de R$ 736 milhões em pesquisa

Enquanto divulga sua intenção de gastar R$ 1,4 bilhão em institutos e universidades até 2014, a Petrobras deixou de investir R$ 736 milhões em pesquisa e desenvolvimento tecnológicos entre 1998 e 2004, segundo auditoria da ANP (Agência Nacional do Petróleo). O valor retido corresponde a 60% da obrigação assumida pela Petrobras na assinatura dos contratos de exploração de petróleo. Pela legislação, os investimentos no período deveriam ter sido de R$ 1,231 bilhão. O modelo dos contratos, que hoje está sendo revisado, determina que a concessionária reverta 1% da receita bruta da exploração de campos de petróleo de alta produção em pesquisa e desenvolvimento. É a chamada "participação especial", tributo adicional aos royalties. Após a auditoria, concluída há dois meses, a ANP atualizou os números e intimou a empresa a apresentar um plano para zerar a diferença até 2014. Com o crescimento da produção de petróleo, subiram também os compromissos da empresa com esses dispêndios. Conforme a ANP, no período 1998-2010, a conta alcança R$ 5,1 bilhões. A auditoria da ANP é revelada no momento em que o governo diz que investir em inovação será prioridade para fugir da "doença holandesa", representada pela perda nas exportações de maior valor agregado pela valorização da moeda com aumento nas exportações de produtos básicos.

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