domingo, 22 de maio de 2011

Empreiteira com negócios públicos contratou Palocci

O grupo WTorre, que fechou negócios com fundos de pensão de estatais e com a Petrobras, foi um dos clientes da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. A empreiteira também fez doações de campanha a Palocci (R$ 119 mil), em 2006, e a Dilma Rousseff (R$ 2 milhões), no ano passado. A WTorre fechou negócios com os fundos e com a Petrobras entre 2006 e 2010, quando o hoje ministro da Casa Civil era deputado federal pelo PT (2007-2010) e sua empresa, a Projeto, estava ativa como consultoria. Esses negócios são avaliados em R$ 1,3 bilhão, com a Petrobras e os fundos de pensão Funcef (Caixa) e Previ (Banco do Brasil). O grupo WTorre diz manter ativos de R$ 4 bilhões em 200 projetos. Em nota, a WTorre informou que "confirma ter contratado a Projeto para prestar consultoria em um assunto corporativo. A construtora, que pertencente a Walter Torre Júnior, não revela quanto pagou. Também em nota, a assessoria da Projeto disse que seus contratos têm "cláusula de confidencialidade que não lhe permitem revelar os nomes dos seus clientes". Em fevereiro de 2010, a empresa vendeu o complexo WTorre Nações Unidas, em uma das regiões mais caras de São Paulo, para o fundo de pensão Previ. Pouco antes, em 17 de dezembro de 2009, uma das controladas da WTorre celebrou acordo para alugar parte do Centro Empresarial Senado, no Rio de Janeiro, ainda em projeto, à Petrobras, um negócio de R$ 650 milhões. O complexo abrigará escritórios da petroleira. A empresa também comunicou em seu balanço de 2009 que tentava renegociar uma dívida de curto prazo, de R$ 250 milhões, com o Banco do Nordeste. Em outro negócio, a companhia repassou ao Funcef e à Engevix Engenharia a quantia de R$ 410 milhões em ações do estaleiro Rio Grande (RS). A WTorre também é responsável pela obra do estádio do Palmeiras e figura na composição da controladora da concessionária que administra o trecho paulista da rodovia BR-153. No segundo caso, ela pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres sua saída. A maior parte das doações a campanhas eleitorais feitas pela empresa beneficiou candidatos petistas. Os valores foram crescentes a partir de 2006. Em 2010, doou R$ 2 milhões à campanha de Dilma Rousseff, da qual Palocci era coordenador.

Nenhum comentário: