terça-feira, 31 de maio de 2011

Governo não tem pressa de vender café de 2009

Não há uma data para o governo brasileiro iniciar as vendas do café comprado em 2009 por meio de contratos de opções, afirmou nesta terça-feira o secretário de Produção e Bionergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone. "A gente não tem pressa", declarou Bertone, antes do 4º Fórum & Coffee Dinner, promovido pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). O café de 2009, em um volume de 1,55 milhão de sacas, é considerado de ótima qualidade, assegurou Bertone, e poderia dar algum alívio para um mercado com escassez de bons produtos. De qualquer forma, o secretário observou que o café será vendido no momento mais oportuno. "Vamos colocar no mercado, não vamos ficar guardando café", comentou, referindo-se a uma estratégia utilizada em governos anteriores. Questionado se o governo aguardaria melhores preços para vender o café, Bertone indicou que esse não é o objetivo. Ele disse somente que a política governamental visa estabilizar o mercado. O Brasil está iniciando atualmente a colheita de café arábica nas principais regiões produtoras. "A lógica é nós colocarmos volumes modestos para vendas ao longo da safra, no auge vai ser volume menor", comentou ele sobre a intenção do governo, que normalmente evita vender produtos de seus estoques durante a safra para não pressionar os preços. Embora não exista uma decisão sobre a venda do café de 2009, quando o governo entrou no mercado para sustentar os preços, que estavam pressionados, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tem feito leilões de venda de cafés mais antigos dos estoques públicos. Porém, com preços considerados altos pelo mercado, os pequenos volumes ofertados nos leilões da estatal têm tido pequena procura. Desde janeiro, o governo comercializou cerca de 40 mil sacas de seu café. O governo tem ainda em seus estoques, além das 1,55 milhão de sacas das opções de 2009, 90 mil sacas das compras feitas na safra 2002/2003 e 450 mil sacas de grãos da década de 80. "Esse café mais antigo, estamos colocando à venda toda a semana", lembrou. "Mas não estamos colocando barato", admitiu. Os cafés da década de 80 estão sendo ofertados a R$ 220,00 por saca, enquanto o café de 2002/03 sai por R$ 400,00. No mercado, o café de boa qualidade está sendo cotado em torno de R$ 500,00 por saca.

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