segunda-feira, 23 de maio de 2011

Senadores defendem que Palocci se afaste do cargo até se explicar

Senadores da oposição e até mesmo integrantes de partidos governistas cobraram nesta segunda-feira o afastamento do ministro Antônio Palocci (Casa Civil) até que ele explique como o seu patrimônio pessoal cresceu de maneira monumental 20 vezes nos últimos quatro anos. Em discurso na tribuna do Senado, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) disse que o comportamento de Palocci é "incompatível" com a sua permanência no governo. "Ele precisa escolher se deve fidelidade aos eleitores ou às empresas que o levaram a multiplicar o patrimônio por vinte. Não se pode servir a dois senhores", disse Jarbas Vasconcellos. Conhecido como um dos "dissidentes" do PMDB no Senado, partido aliado da presidente Dilma Rousseff, Jarbas Vasconcellos disse que a Casa Civil ganhou uma "maldição na era petista", da qual apenas Dilma escapou: "Dirceu, Erenice e agora Palocci foram protagonistas de histórias obscuras e muito mal explicadas na Casa Civil". Integrante da base governista, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse que a presidente Dilma deveria seguir a conduta adotada pelo ex-presidente Itamar Franco no seu governo, quando ele afastou o então ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves, acusado de irregularidades no cargo. "Depois do esclarecimento, Hargreaves voltou muito mais fortalecido. Agora, da mesma forma, se poderia esperar que a presidente Dilma preste a esta Casa os esclarecimentos deste caso para não pairar nenhuma dúvida a respeito disto", afirmou a senadora. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias, disse que há elementos suficientes para justificar o afastamento de Palocci. Na opinião do tucano, está comprovado que o ministro cometeu "tráfico de influência" ao estabelecer uma "taxa de sucesso" em sua empresa de consultoria, a Projeto: "Em um governo sério, toda denúncia grave com consistência provoca o afastamento do denunciado até o esclarecimento cabal dos fatos". O "franciscano" Pedro Simon manteve sua boca calada.

Nenhum comentário: