quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vice-prefeito petista de Campinas alegava dívida de campanha para cobrar propina

Demétrio Vilagra (PT), vice-prefeito de Campinas, foragido da Justiça desde a última sexta-feira, sob acusação de integrar organização criminosa para fraudes em licitações, pediu propina a empresários da cidade alegando que o dinheiro seria destinado ao "pagamento de dívidas de campanha". A acusação consta de declaração formal à Polícia e ao Ministério Público, feita em audiência fechada, na terça-feira. Alfredo Ferreira Antunes e seu filho, Augusto, donos da Global, empresa de jardinagem, reconstituíram como teria sido a abordagem do petista. "Em certa ocasião encontrei-me com o Demétrio em um churrasco que estava sendo realizado no barracão da minha empresa e ele me pediu um dinheiro para pagamento de dívidas. Segundo o Demétrio eram dívidas de campanha", afirmou Alfredo. Vilagra foi eleito em 2008 vice-prefeito na chapa de Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), prefeito de Campinas e amigo pessoal do ex-presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil; deputado federal petista cassado por corrupção e réu do processo criminal do Mensalão do PT). O empresário disse que "não se lembra da data do encontro precisamente", mas afirmou que depois da solicitação de Vilagra dirigiu-se ao escritório dele, na presidência da Ceasa, cargo que acumulava com o de vice-prefeito: "Foi no período da manhã. Dei ao Demétrio diretamente R$ 20 mil em espécie e duas garrafas de vinho. Ele disse que precisava pagar umas broncas porque havia gente a quem tinha prometido emprego e não tinha como pagar". A revelação reforça as suspeitas da promotoria criminal sobre o uso eleitoral de dinheiro ilícito e neutraliza a forte pressão do PT sobre os promotores que fazem uma devassa na gestão Dr. Hélio. A mulher do prefeito, Rosely Nassim, é acusada de "chefiar a quadrilha". Na terça-feira, enquanto os empresários narravam com detalhes o pedido de propina por parte de Vilagra, cinco deputados petistas, liderados pelo presidente da sigla no Estado, Edinho Silva, foram em comitiva à Procuradoria-Geral de Justiça. Eles pediram explicações sobre os motivos que levaram a promotoria a requerer a prisão do vice-prefeito e disseram que o PT não vai admitir "especulação política" no caso. Mas que tal, hein? Peitaram a Procuradoria de Justiça, e fica por isso mesmo.

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