sábado, 4 de junho de 2011

Argentina investiga desvio de verbas na organização peronista "Mães da Praça de Maio"

A Justiça argentina abriu uma investigação para apurar o possível desvio de verbas do governo peronista populista de Cristina Kirchner destinadas à Fundação Mães da Praça de Maio, entidade de direitos humanos criada nos anos 1970 pelas mães de desaparecidos durante a ditadura no país (1976-1983) que queriam localizar seus filhos. A investigação será sobre o ex-representante da Fundação, Sergio Schoklender, acusado de mau uso de dinheiro público e lavagem de dinheiro ao lidar com recursos que seriam usados para a construção de casas populares em um projeto da entidade. O que tem a ver a procura de informação sobre desaparecidos políticos com a construção de casas populares? Os jornais La Nación e Clarín informaram na última quinta-feira que o ex-representante da entidade seria, segundo o Diário Oficial, dono da construtora contratada para a construção das casas. As reportagens indicam que ele recebia, por meio da empresa, o dinheiro que era enviado pelo governo à fundação e que leva uma vida de luxo, com iate e aviões particulares. Schoklender, que junto com o irmão Pablo teria deixado a entidade antes das denúncias, disse a jornais e TVs argentinos que nada fez de errado. A Fundação passou a contar com recursos públicos no governo do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), continuando a receber as verbas na atual gestão, da viúva de Néstor, o peronista populista Cristina Kirchner. As deputadas Elsa Quiroz (federal) e Maricel Etchecoin (provincial) receberam as primeiras denúncias contra Schoklender em maio do ano passado. As parlamentares disseram ter entregue às autoridades ainda em 2010 as denúncias, mas só agora foi aberta a investigação. Os irmãos Schoklender também são lembrados por terem sido condenados pelo assassinato de seus pais, em 1981, pelo qual ambos já cumpriram pena.

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