quarta-feira, 29 de junho de 2011

Câmara muda Medida Provisória sobre obras da Copa e conclui votação

A Câmara dos Deputados concluiu na noite desta terça-feira a votação da medida provisória que cria regras diferenciadas de licitações da Copa 2014 e da Olimpíada 2016. Depois de grande polêmica, o governo recuou e fez mudanças de redação na proposta para garantir maior transparência nos gastos públicos com os eventos. O texto agora segue para o Senado, aonde tem que ser votado em duas semanas para não perder a eficácia. As mudanças se deram após reações à primeira mudança, que retirou do texto a garantia de acesso permanente dos órgãos de controle aos orçamentos preliminares das licitações para os eventos. A proposta aprovada recolocou no texto obrigatoriedade de acesso "permanente" dos orçamentos aos órgãos de controle. Outra mudança também torna compulsório que o orçamento prévio seja "divulgado" após o final da licitação, e não "fornecido", sem dizer a quem, como estava no texto original da Medida Provisória. Estas modificações tornam impossível que cidadãos possam contestar as licitações. Outra alteração dispôs que a divulgação deve acontecer "apenas e imediatamente" depois da conclusão do processo. No texto anterior, não havia previsão de quando o público conheceria os orçamentos. Hoje, a Lei de Licitações determina que o governo faça e divulgue o orçamento prévio de uma obra no edital. Esse valor serve de referência para empresas apresentarem as propostas. Em acordo com a oposição, o governo ainda retirou da Medida Provisória privilégios à Fifa e ao COI (Comitê Olímpico Internacional), que permitia aos dois órgãos solicitar a inclusão de gastos em projetos além dos limites fixados na Lei de Licitações. "Nós havíamos denunciado que as obras poderiam ser aditadas sem limite, por isso aceitamos fazer uma exceção em nome da moralidade e suprimir o artigo que dava os poderes à Fifa e COI", disse o líder do DEM, ACM Neto (BA). Originalmente, a medida provisória trata da criação da secretaria geral da aviação civil. Essas alterações propopostas na Lei de Licitações praticamente liquidam com este instrumento legal, e arrombam as portas para o achaque total dos recursos públicos.

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