sexta-feira, 24 de junho de 2011

Centrais sindicais dizem que aviso prévio longo reduzirá demissão sem motivo

Pelo menos duas centrais sindicais defenderam a decisão do Supremo Tribunal Federal de assumir o compromisso de definir uma fórmula para dar proporcionalidade ao aviso prévio pago aos trabalhadores demitidos sem justa causa. Na última sexta-feira, a Corte começou a julgar o pedido de quatro trabalhadores da Vale. Eles pedem valor de aviso prévio proporcional ao tempo na empresa. O julgamento foi suspenso a pedido do ministro Gilmar Mendes, depois que os oito membros da Corte concordaram quanto à necessidade de definir uma regra. Gilmar Mendes se comprometeu a preparar uma sugestão e submetê-la ao plenário, mas não há prazo para que isso ocorra. Para as centrais Força Sindical e Conlutas, a elevação do valor do aviso prévio tende a reduzir a alta rotatividade da mão de obra no Brasil. Segundo João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, as empresas brasileiras contratam 15 milhões de trabalhadores por ano e demitem 14 milhões. "A rotatividade da mão de obra no Brasil é muito alta. Achamos que um aviso prévio maior pode inibir isso", diz o sindicalista. Atnágoras Lopes, da executiva nacional da Conlutas, disse que a decisão do Supremo é acertada desde que seja mantido o aviso prévio de 30 dias. "Não fará sentido criar uma proporcionalidade sem considerar os 30 dias mínimos. Algo além disso pode inibir demissões", afirma Lopes. Ele defendeu a decisão do Supremo diante da falta de ação do governo e do Congresso: "A judicialização das relações trabalhistas não é boa, mas achamos que ela é melhor do que a tese defendida pelo patronato e por parte do sindicalismo, de privilegiar o negociado sobre o legislado".

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