quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ibama emite licença para instalação da usina de Belo Monte

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) emitiu nesta quarta-feira a licença de instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Com a licença, as obras das barragens dos sítios Pimental e Belo Monte podem ser iniciadas. Esse é um dos principais projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e alvo de uma intensa disputa entre o governo e grupos ambientalistas. O asMinistério Público Federal do Pará encaminhou ofício à agência ambiental há duas semanas recomendando que o presidente da instituição, Curt Trennepohl, não assinasse a licença. O Ministério Público Federal alega que várias das 40 condicionantes impostas na LP (Licença Prévia) não foram cumpridas pela Nesa (Norte Energia S.A.), a empresa responsável pela construção e operação do projeto. A questão das condicionantes deve suscitar intenso debate a partir de agora e promete ser o foco de um novo capítulo da disputa judicial acerca do empreendimento. A Usina de Belo Monte, quando pronta, será o terceiro maior complexo hidrelétrico do mundo pelo quesito capacidade instalada. Os 11.233 MW de potência de todas as suas turbinas só será menor que o projeto binacional de Itaipu, entre o Brasil e o Paraguai, a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas, na China. Mas, será uma usina pirilampo. Embora tenha toda essa capacidade, o aproveitamento hidrelétrico do rio Xingu produzirá bem menos energia ao longo de um ano. Dada a oscilação natural do rio, na média Belo Monte produzirá cerca de 4,5 mil MW de energia para o sistema elétrico. Ou seja, nada que não pudesse ser compensado com a construção de três usinas a gás. Mas, os técnico do governo que quer produzir um gigantesco desastre ambiental na Amazônia usam outro argumento. O governo e a Eletrobras alegam que mesmo assim o projeto será importante dentro do sistema interligado. Enquanto houver vazão para ativar as turbinas em Belo Monte, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) pode fazer que outras usinas parem de produzir e, portanto, economizem água nos reservatórios. A Nesa prevê pagar R$ 3,8 bilhões de juros durante a construção. Dos R$ 27,4 bilhões que a usina custará no total, dado citado no orçamento, ao menos R$ 20 bilhões devem vir de empréstimos conseguidos junto ao BNDES. Com esses 30 bilhões de reais de reais daria para construir no mínimo 30 usinas a gás, cada uma gerando 1.000 megawatts. Ou seja, com esses recursos, o Brasil poderia incrementar a sua base energética com mais 30 mil megawatts.

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