terça-feira, 28 de junho de 2011

Opositor sírio diz que seus compatriotas não entendem posição brasileira

Os sírios não entendem a relutância do governo brasileiro em condenar a repressão do ditador Bashar Assad. Esse é o diagnóstico de Burhan Ghalioun, um dos líderes oposicionistas sírios exilados na Europa. Ghalioun, que vive desde os anos 70 em Paris, onde dirige o centro de estudos árabes da Universidade Sorbonne, afirmou que o governo brasileiro talvez não tenha informação suficiente sobre a natureza da repressão do regime sírio a sua população: "É uma repressão sem precedentes. Há milhares de mortos, de feridos, dezenas de milhares de presos e refugiados. É uma catástrofe nacional. O Brasil, apesar disso, continua a se opor a uma decisão de condenação da Síria pelo Conselho de Segurança da ONU. O povo sírio não compreende essa posição brasileira face a essas inacreditáveis violações dos direitos do homem". Burhan Ghalioun acredita que a posição brasileira tem a ver com uma relação pessoal entre as pessoas que estão no poder na Síria e aquelas que estão no poder no Brasil: "Certamente, há um lobby pró-Síria de empresários do regime sírio. Há muitos empresários sírios que vivem no Brasil e alguns são próximos do regime de Assad. Eu vou escrever uma carta ao governo brasileiro para explicar a situação na Síria pedindo uma oposição. Mas nós, os sírios, não temos como fazer pressão. Espero os brasileiros estejam informados das violações de direitos humanos na Síria para que façam pressão sobre seu governo para que ajude os sírios a enfrentarem essa repressão".

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