segunda-feira, 4 de julho de 2011

Casino pede para BNDES não financiar fusão Pão de Açúcar-Carrefour

O presidente do grupo francês Casino, Jean Charles Naouri, se reuniu na noite desta segunda-feira com Luciano Coutinho, presidente do BNDES, para reforçar sua posição contrária à fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. A reunião foi reservada e os executivos não deram entrevista. Naouri quer que o BNDES desista de financiar a operação. O BNDES, que a princípio estava apoiando as negociações, afirmou que só vai financiar a fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour se houver acordos amigáveis entre as partes. O banco disse que pode investir até R$ 4,5 bilhões no negócio. Naouri reclamou que ainda não recebeu a proposta oficial de fusão entre os dois grupos, mais de uma semana após o anúncio oficial da operação. Abilio Diniz disse que enviou a proposta no dia 28 de junho. Para que a documentação seja apresentada, é necessário que seja convocada uma reunião da Wilkes, a holding que controla a varejista brasileira e cujo capital é dividido entre o Casino e a família Diniz. O Casino possui 43,1% das ações do Wilkes. O grupo francês tem adquirido ações preferenciais do Pão de Açúcar no mercado brasileiro a preços relativamente altos para elevar sua participação na holding controladora da rede varejista brasileira. Nesta segunda-feira, o Casino anunciou a abertura de um segundo procedimento em tribunal internacional contra Abílio Diniz. Mais cedo, o conselho de administração do Carrefour apoiou o plano de fusão, estratégia que pode elevar a proporção das vendas vinda de mercados em crescimento para mais de 40% em 2013, informou a companhia. "Esta transação, se completada, vai levar à criação de uma grande empresa de varejo no Brasil, o terceiro maior mercado do mundo em termos de gasto com alimentos", informou o Carrefour. O Casino, por sua vez, afirmou em comunicado que o apoio do Carrefour à fusão pode implicar em responsabilização da rede "e dos membros do seu conselho por aceitarem, apesar de repetidos alertas, uma transação hostil, resultado de negociações ilegais".

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