terça-feira, 5 de julho de 2011

Desembargador de Brasília pratica nepotismo por escrito em papel oficial

Desembargador Dácio Vieira, à esq
A revista Época obteve cópia de uma carta na qual um desembargador pede emprego para a sobrinha ao governador de Brasília, Agnelo Queiroz. E ela foi nomeada. No dia 7 de fevereiro deste ano, o presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, desembargador Dácio Vieira, enviou uma carta singela ao governador de Brasília, Agnelo Queiroz, que assumira o cargo no mês anterior. Em papel timbrado do Tribunal, o desembargador escreveu: "Caríssimo governador e amigo Agnelo, tomo a liberdade de encarecer junto a Vossa Excelência pedido já encaminhado, tratando-se de permanência de minha sobrinha Flávia Coelho, que já estava há mais de dois anos contratada como assessora na Defensoria Pública, órgão vinculado à Secretaria de Governo". O desembargador Dácio precisou de apenas 21 linhas para produzir um pedido explícito e documentado de nepotismo público por escrito e com emblema. O valor da carta decorre da absoluta simplicidade e franqueza do desembargador ao interceder em favor da família. Ao final da missiva, depois de fornecer as credenciais da sobrinha ("É formada em Direito"), ele acrescentou uma educada observação: "Estou à disposição para tomarmos o café ou chá". O desembargador Dácio Vieira, em julho de 2009, ficou famoso ao proibir o jornal O Estado de S.Paulo de publicar notícias sobre corrupção que envolviam o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney. Descobriu-se, em seguida, que Dácio Vieira era amigo de Sarney e de outros líderes do PMDB. A censura ao jornal permanece. Suas amizades, ao que parece, agora se estendem também ao PT.

Um comentário:

drluiz disse...

É extremamente vergonhoso que um representante do Poder Judiciário, ocupante de uma função pública tão importante como a de um desembargador, se preste de forma tão anti ética e ilegal, à pratica do nepotismo.
Creio que a sobrinha do mencionado desembargador, "formada em direito", como ele mesmo afirmou ao Governador, tem condições de estudar e prestar o concurso público, pois tenho a certeza de que ela jamais deixaria de ter êxito e não precisaria ser beneficiária do nepotismo e tráfico de influencia praticados.