segunda-feira, 18 de julho de 2011

Escândalo dos grampos eleva pressão sobre premiê britânico

As implicações políticas do escândalo dos grampos do tablóide News of the World continuam a crescer, após a renúncia, no domingo, do chefe da polícia metropolitana de Londres, Paul Stephenson. A demissão de Stephenson deve aumentar a pressão política sobre o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que teve um ex-editor do jornal, Andy Coulson, como porta-voz até janeiro deste ano. Stephenson deixou o cargo após a revelação de que a polícia havia contratado como consultor um editor-executivo do tablóide, Neil Wallis, também implicado no escândalo dos grampos. Ao anunciar sua demissão, na noite de domingo, o ex-chefe da polícia afirmou que a ligação de Cameron com Coulson o impedia de comentar com o premiê as acusações contra Wallis. "Eu não quis comprometer o primeiro-ministro de nenhuma forma ao revelar ou discutir um suspeito em potencial que claramente tinha uma relação próxima a Coulson", afirmou Stephenson. O "News of the World" é acusado de ter tido acesso ilegalmente a mensagens de celulares de mais de 4.000 pessoas em busca de informações exclusivas para reportagens. As acusações eram conhecidas há tempos, mas o escândalo ganhou força nas últimas semanas com a revelação de novos detalhes sobre o caso. Outra ex-editora do "News of the World", Rebekah Brooks, foi detida e libertada sob fiança no domingo após prestar depoimento sobre o caso. Brooks renunciou na sexta-feira ao cargo de presidente-executiva da News International, braço britânico do grupo do magnata australiano Rupert Murdoch, proprietário do "News of the World" e de outros meios de comunicação importantes no país, como os jornais "The Sun", "The Times" e "The Sunday Times", além da rede de TV Sky. O escândalo levou Murdoch a decidir pelo fechamento do "News of the World", que teve seu último número publicado na semana passada.

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