quinta-feira, 14 de julho de 2011

Estudo aponta que Brasil crescerá menos que vizinhos

Ao contrário do que aconteceu nos últimos três anos, o Brasil crescerá em 2011 menos do que a média dos países latino-americanos, aponta estudo feito pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Com crescimento de 4% do PIB, em uma visão otimista, o país, que tem quase 42% da soma das 33 economias analisadas, puxará para baixo o desempenho regional. Este ano deverá ficar em 4,7%, ante 5,9% em 2010, quando o país cresceu 7,5%. Na América do Sul, o crescimento médio deve ser de 5,1%, ante 6,4% no ano passado. Apesar da desaceleração, que tende a continuar em 2012, o relatório destaca o momento positivo da região, que atribui ao aumento do consumo privado, do crédito, do investimento e da demanda externa por produtos agrícolas e minerais. Mas alerta para a necessidade de conter a inflação e a valorização cambial, que provoca os riscos de deterioração das contas correntes (saldo de todo o dinheiro que entra e sai de um país) e da "especialização intensiva" em bens primários. A Cepal também aponta a "vulnerabilidade" da região ao capital especulativo, que pode provocar "bolhas" financeiras e imobiliárias. Osvaldo Kacef, chefe da Divisão de Desenvolvimento da Cepal, vê o câmbio valorizado no Brasil como um "veneno de efeito lento" e diz que a primarização das exportações (a participação dos manufaturados caiu de 55,1% em 2005 para 39,4% em 2010) preocupa porque o país sempre teve diversificação. Carlos Mussi, da Cepal em Brasília, diz que a intervenção no câmbio é necessária, mas que a inflação controlada é que dá a "perspectiva de continuidade para consumo e investimentos". Segundo Mussi, o crescimento menor do Brasil neste ano deve-se ao fato de o país ter antecipado em 2009 medidas contra a crise.

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