quarta-feira, 6 de julho de 2011

Novos antibióticos são promessa contra superbactérias resistentes

Dois novos antibióticos com diferentes mecanismos de ação sobre o ribossomo (estrutura celular que fabrica proteína) das bactérias são as promessas no combate às infecções causadas por agentes multirresistentes. Um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 2009, o americano Thomas Steitz relatou a ação dessas novas drogas, em fase de pesquisa clínica. Uma delas age em área específica do ribossomo, onde outros fármacos não atuam, e a outra causa um bloqueio que impede a sua atividade. "Chamamos isso de constipação molecular", disse Steitz, durante palestra em Lindau (Alemanha). Os antibióticos curam várias doenças por meio do bloqueio da função dos ribossomos bacterianos. Se o ribossomo não funciona, a bactéria não pode sobreviver. Para a infectologista brasileira Ana Luíza Gibertoni Cruz, essas novas pesquisas são importantes porque, especialmente no caso de pacientes hospitalizados, o número de infecções por bactérias multirresistentes vem crescendo. Há dois anos, Steitz e outros dois cientistas (Venkatraman Ramakrishnan e a israelense Ada Yonath) levaram o prêmio por trabalhos que mostraram imagens dos ribossomos com uma definição que lhes permitiu interpretar as posições atômicas da estrutura deles, facilitando entender seu funcionamento. Yonath contou que hoje 40% dos antibióticos disponíveis atacam o ribossomo da bactéria.

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