quarta-feira, 27 de julho de 2011

Superintendente do Dnit em São Paulo já foi condenado e cumpriu pena

Filiado ao PR, o chefe da Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) em São Paulo, Ricardo Rossi Madalena, poderá engrossar o grupo de demissões do órgão se o Ministério dos Transportes cumprir a determinação da presidente Dilma Rousseff de que os cargos de segundo e terceiro escalões sejam ocupados por quem não tenha condenações na Justiça. Ricardo Rossi Madalena, que comanda a regional do Dnit há cerca de três anos e meio, por indicação do deputado federal Milton Monti (PR-SP), foi condenado por peculato a dois anos e quatro meses de prisão por desviar sacos de cimento da prefeitura de Ipaussu, no interior paulista, quando seu pai era prefeito (1989 a 1992). Ele recorreu e conseguiu cumprir a pena, reduzida a um ano e dois meses, em regime aberto. Engenheiro civil, Ricardo Rossi Madalena era secretário de Obras no município, único cargo público que ele ocupou antes de assumir a superintendência do Dnit. A sentença foi em 1991. Além dele, outros dois funcionários da prefeitura foram condenados. Em sua defesa, Ricardo Rossi Madalena disse que a condenação ocorreu porque “apenas cinco sacos de cimentos” que haviam sido emprestados a moradores da cidade pela prefeitura não foram devolvidos.”Acho que sou uma pessoa ficha limpa. Eu não tenho nada a esconder. Isso faz 20 anos. Nós tivemos uma crise de cimento na época, e a prefeitura decidiu ajudar munícipes que iam aos depósitos e não encontravam o material. Emprestamos cimento e depois eles devolviam. Apenas cinco sacos nunca foram devolvidos”, disse o dirigente do Dnit. Filiado ao antigo PL (atual PR) desde 2003, Ricardo Rossi Madalena não esconde que chegou ao Dnit por indicação do deputado Milton Monti, de quem foi assessor parlamentar. “Eu sou indicação do deputado Milton Monti. O Valdemar Costa Neto eu só conheço pelo partido”, disse. Monti, ao lado do deputado e secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, é acusado de cobrar propina de feirantes da Feira da Madrugada, na capital paulista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Madalena arrependida e seu nobre parceiro


Dnit paulista tem versão do "Dr. Fred"


Josie Jeronimo / Correio Braziliense

Desde que uma avalanche de denúncias afetou o Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff promoveu uma série de exonerações, atingindo cadeiras de diretores e de terceirizados apontados como integrantes de um grande esquema de corrupção. Mas o caminho para a despartidarização da pasta ainda é longo. A exemplo do ex-funcionário Frederico Augusto de Oliveira Dias — amigo do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) descoberto pelo Correio despachando com prefeitos em Brasília —, a Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em São Paulo também tem uma versão própria do "doutor Fred", como é conhecido.

Condiberto Queiroz Neto, apelidado de Conde, também foi indicado por Valdemar, não tem vínculos formais com o Dnit, mas despacha na sede da superintendência paulista, usa a estrutura do órgão e dá ordem aos servidores, que são chamados para "despachar" com ele. Condiberto também é apontado como interlocutor das empreiteiras com o Dnit.

A liberação de terrenos que fazem parte do inventário da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), que tem mais de 50 mil imóveis, também passa pela análise do indicado político do PR. Condiberto é ligado ao deputado federal Milton Monti (PR-SP), acusado por Geraldo de Souza Amorim, ex-administrador da Feira da Madrugada, de pedir propina para manter o empresário à frente do comando do mercado. A feira é um comércio que abriga 4,5 mil ambulantes em terreno que pertence à RFFSA na capital paulista. Condiberto doou R$ 8 mil para a campanha de Monti em 2006.

Presença constante no órgão, o afilhado do deputado Valdemar da Costa Neto afirma que não trabalha no Dnit, apesar de ter sido encontrado pelo Correio em um ramal exclusivo do órgão paulista na tarde de ontem. As funcionárias da recepção e a secretária que repassou o telefonema afirmaram que Condiberto é o "assessor da superintendência", comandada por Ricardo Madalena.

Despachos

Apesar de estar frequentemente na sede do Dnit em São Paulo, ser conhecido pelos funcionários e ter espaço físico para despachar, Condiberto afirmou que atua como consultor da área de Meio Ambiente para o órgão e negou ter estrutura de trabalho no departamento. "Eu trabalhava no Dnit, mas agora estou prestando consultoria. Trabalho na área de meio ambiente. Fico onde todo mundo senta."

Em 2008, Condiberto foi nomeado para coordenar a administração hidroviária do órgão em São Paulo. Uma servidora foi exonerada do cargo para que o afilhado de Valdemar da Costa Neto fosse encaixado na superintendência em São Paulo. Mas, na briga por cargos para acomodar os aliados políticos do PR, ele foi exonerado e, novamente, nomeado, em agosto de 2008. Daquela vez, para a coordenação hidroviária no Rio Grande do Sul. Mesmo lotado no cargo no Sul do país, sua rotina de trabalho continuava em São Paulo.

Em dezembro de 2008, o ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot assinou a cessão do servidor do Rio Grande do Sul para São Paulo. O encaminhamento do retorno de Condiberto para a superintendência paulista é assinado por Frederico Augusto de Oliveira Dias. Conde compunha oficialmente a comissão de licitação do Dnit de São Paulo até dezembro de 2009, quando foi exonerado.

Publicado ou Escrito por Chico Bruno