terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aprovar gastos sem fonte de receita é "presente de grego", diz Dilma sobre Emenda 29

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que não quer "presente de grego" com a aprovação de gastos sem fontes de receita, ao ser perguntada sobre a possível aprovação da Emenda 29, pelo Congresso Nacional. A medida fixa percentuais mínimos a serem investidos em Saúde pela União. A declaração foi feita em entrevista a rádios de Pernambuco. "Não quero que me dêem presente de grego. Agora, quero um presente para a saúde, que é o seguinte: quero saber de onde todos os investimentos necessários para garantir que nosso povo tenha saúde vão sair. O momento da crise internacional não está propício para que você aprove despesas sem dizer de onde sai recurso", disse ela. Dilma lembrou que oferecer saúde de qualidade à população foi um compromisso assumido durante a campanha eleitoral e disse que a aprovação da Emenda 29 não resolve todas as carências do País na área: "Se você quer dar saúde de qualidade tem que investir em hospitais, temos que tratar a questão dos médicos". Na segunda-feira, após reunião do Conselho Político, parlamentares relataram que a presidente Dilma defendeu ações mais amplas para a área da saúde e não apenas a aprovação da emenda. Na entrevista, a presidente assegurou que os gastos com os programas sociais e com obras serão mantidos, mesmo com o anúncio feito na segunda-feira pelo governo de elevar a meta de superávit primário em cerca de R$ 10 bilhões. O superávit primário é a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública. Na verdade, ela fará um novo contingenciamento do orçamento, bloqueando o gasto com o excesso de receita.
Agora leia o que Dilma Rousseff disse em campanha eleitoral no dia 18 de maio do ano passado, em discurso na XIII Marcha dos Prefeitos: "Eu assumo o compromisso de lutar pela Emenda Constitucional 29. Sobretudo considerando os princípios de universalização, eqüidade e melhoria da qualidade da saúde (…) Quando eu assumi o compromisso com a regulamentação da Emenda 29, o que tem por trás do meu compromisso é a certeza que nós entramos numa nova era de prosperidade; que esse país vai crescer, sim; vai arrecadar mais, que nós podemos, priorizando a saúde, ter recursos suficientes pra assegurar que haja saúde de melhor qualidade. A participação da União é fundamental”.

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