quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Arranjo para demissão em Itaipu rendeu R$ 145 mil à ministra petista Gleisi Hoffman

Ao conseguir ser “demitida” de um cargo público, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, recebeu pelo menos R$ 145 mil. Em 29 de março de 2006, ela foi “exonerada” do cargo da diretoria financeira de Itaipu Binacional. Só que a ministra saiu da função na época porque quis: ela saiu candidata ao Senado naquele ano, mas não foi eleita. Por meio de um acordo com o comando de Itaipu, Gleisi trocou a “exoneração a pedido”, o que de fato ocorreu, pela “exoneração”, ou seja, demissão. Com isso, recebeu, além de férias proporcionais, entre outros, os 40% de indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), além de poder sacar o próprio FGTS. A assessoria da ministra confirmou que ela recebeu a multa de 40% relativa ao FGTS no valor de R$ 41.829,79. Foi informado ainda que ela sacou o fundo, mas Gleisi Hoffman se recusou a revelar o valor. Pelo cálculo sobre os 40%, a ministra teria pelo menos R$ 104 mil de FGTS. Ou seja, o “acerto” com Itaipu rendeu a ela cerca de R$ 145 mil em 2006. A exoneração de Itaipu foi publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de março de 2006, dois dias antes do prazo final de desincompatibilização. O dinheiro entrou na conta de Gleisi Hoffman quando ela já era pré-candidata ao Senado. A ministra também não quis explicar por que não pediu a exoneração. Quando deixou Itaipu, sua remuneração bruta era de R$ 31 mil. A Itaipu informou que, por ser binacional, a empresa tem “regime trabalhista próprio”. Esse modelo é similar à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que garante aos funcionários direito ao FGTS e à multa rescisória. Segundo a empresa, desde 1990 esse direito foi estendido aos diretores. Também ex-diretor de Itaipu, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) disse ter recebido proposta para ser exonerado quando pediu para sair da empresa, em junho de 2004. Bueno, porém, preferiu recusar a oferta da binacional, que chegaria a R$ 50 mil. “Cargo público não é para ganhar dinheiro, por isso eu falei que não queria fazer isso”, disse. Se Gleisi não fosse petista, é provável que jamais tivesse sido diretora de Itaipu; jamais conseguisse a moleza propiciada por seu “chefe”. Nessa hipótese, teria sido melhor para o caixa da empresa e para o Fundo, certo? Aí dirá um realista: “Não! Se houvesse alguém do PMDB ou do PR no lugar dela, daria na mesma!” É verdade! Nada distingue a moral de um petista da de um peemedebista a não ser a cara-de-pau. Os peemedebistas disfarçam com menos talento o nome do que praticam. Gleisi, em sua lourice que afeta certa severidade alemã, mas já bem temperada pelos trópicos, tinha uma saída: pedir desculpas e devolver o dinheiro. Dispõe de recursos pra isso. Faça uma doação para o Bolsa Família. Mas não! Ficou muda. E agora o “esquema” decidiu vender uma emenda bem pior do que o soneto original.

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