quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bolívia condena ministros e generais pela morte de 65 em 2003

A Corte Suprema de Justiça da Bolívia condenou, nesta terça-feira, a penas que vão de três a 15 anos de prisão, dois ministros e cinco comandantes militares do governo de direita do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, pela morte de 65 pessoas em 2003. O ex-governante, que fugiu do país para os Estados Unidos depois de deposto por uma revolta popular contra a exportação de gás natural para o Chile, não foi incluído, por enquanto, nesta fase processual. Um pedido de extradição contra ele tramita desde novembro de 2008. A Justiça condenou a 15 anos e seis meses os generais reformados Roberto Claros Flores, ex-comandante das Forças Armadas, e Juan Véliz, ex-comandante do Exército. O general Oswaldo Quiroga e o almirante, também reformado, Luis Aranda, ex-comandante da Armada, receberam sentença de 11 anos e o general Gonzalo Rocabado, de 10 anos. Os ex-ministros do Trabalho, Adalberto Kuajara, e do Desenvolvimento Sustentável, Erick Reyes Villa, foram condenados a três anos cada, pelo magistrado Angel Irusta. Entre os ex-colaboradores de Sánchez de Lozada que deixaram o país estão Carlos Sánchez, Jorge Berindoague e Guido Añez, que foram para os Estados Unidos. Outros, como Jorge Torres, Mirtha Quevedo, Dante Pino, Javier Tórrez escolheram o Peru como refúgio político e Hugo Carvajal, a Espanha. O ex-comandante das Forças Armadas, o general Juan Véliz, voltou a alegar inocência. Disse em comunicado que "não apertou o gatilho nem acendeu o rastilho" das revoltas sociais, "jamais ordenou a morte de ninguém (...) não planejou nem participou de nenhuma ação que possa ser qualificada de genocídio ou causar a morte de compatriotas". A revolta popular, conhecida no país como a "guerra do gás", foi concluída com a renúncia de Sánchez de Lozada, em outubro de 2003, depois de várias semanas de confrontos entre civis e forças combinadas militares e policiais.
Deixou o cargo a seu vice-presidente, o jornalista Carlos Mesa, que semanas antes havia se afastado politicamente de Sánchez de Lozada. Logo em seguida, congelou a exportação de gás para o Chile.

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