terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dnit aprovou aditivo de R$ 31 milhões para projeto "inconsistente"

Contrariando um parecer de seu próprio corpo técnico, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária) aprovou um aditivo de R$ 31 milhões para uma obra classificada como "inconsistente" e como projeto "virtual" no Paraná. O ato aumentou em 23% o valor do anel viário de Maringá (norte do Paraná), cuja construtora é a Sanches Tripoloni, alvo de investigações do Tribunal de Contas da União e doadora de campanha para aliados do governo. A empresa também venceu a licitação para construir a segunda parte do contorno. Em julho, o jornal Folha de S. Paulo mostrou que a obra, investigada pelo Tribunal de Contas da União, é criticada por técnicos, que questionam sua eficiência. Seu término estava previsto para 2010, mas ela continua inacabada. O parecer do Dnit, assinado por 12 técnicos, aponta dezenas de falhas e inconsistências no projeto e na execução do contorno. Entre os problemas estão a contratação de fornecedores distantes até 400 quilômetros do local da obra, a opção por determinadas soluções técnicas que implicaram em aumento nos gastos. Além disso, foi considerada virtual devido à ausência de projeto de desapropriação e a falta de estudos de tráfego consistentes. O parecer, de março de 2010, aponta ainda a falta de justificativas técnicas para a mudança do projeto e o "aumento exorbitante" da terraplenagem (que custou 72% a mais do que o previsto). Três meses depois do parecer, porém, o então diretor de infraestrutura rodoviária, Hideraldo Caron, indicado do PT e que foi exonerado do órgão no mês passado, decidiu aprovar o aditivo, sob a justificativa de que era "uma ação imprescindível para a conclusão das obras".

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