terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ex-editor de tablóide britânico diz que escutas eram discutidas abertamente

Uma carta escrita pelo ex-editor do tablóide "News of The World", Clive Goodman, afirma que as escutas ilegais, que levaram ao fechamento da publicação e a um inquérito público, eram discutidas abertamente na redação e endossadas expressamente pelos jornalistas na chefia da publicação. Goodman estava no centro do primeiro momento do escândalo de escutas ilegais realizadas pelo tablóide para obter informações exclusivas. Em 2006, ele e o detetive particular Glenn Mulcaire foram condenados a quatro e seis meses de prisão, respectivamente, por grampear funcionários e membros da família real. A carta, obtida pelo jornal britânico "The Guardian", foi escrita por Goodman há quatro anos, depois do fim de sua sentença. Nela, Goodman alega que as escutas ilegais de mensagens de voz deixadas nos celulares eram feitas com "total conhecimento e apoio" da liderança do jornal. Na época, os executivos do "News of the World" disseram ao governo britânico que não havia evidência de que ninguém além de Goodman usava grampos ilegais. O repórter foi demitido da empresa e o problema foi considerado resolvido. A carta de Goodman foi direcionada ao diretor de Recursos Humanos do conglomerado News International (do qual o tablóide fazia parte), Daniel Cloke, e datada de 2 de março de 2007. Nela, ele argumenta que nunca deveria ter sido demitido porque agia com apoio da chefia. Goodman afirma ainda que outros membros da equipe do "News of the World" estavam hackeando telefones, acrescentando que "esta prática era amplamente discutida na reunião editorial diária, até que referência explícita a ela foi banida pelo editor". O Guardian diz que os nomes dos envolvidos foram removidos da carta pela polícia, que está investigando as denúncias.

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