quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Gaddafi não sairá vivo", diz cirurgião brasileiro que operou rosto do ditador

O cirurgião brasileiro Liacyr Ribeiro, que operou o rosto do ditador líbio, Muammar Gaddafi, diz acreditar que ele será morto pelos rebeldes ou se suicidará, mas não sairá vivo do cerco dos insurgentes. "Não sairá vivo. Do que pude ver de seu temperamento, ou será morto ou se suicidará", declarou o médico ao contar sobre o contato que teve com o ditador, em 1994, quando realizou nele um lifting facial e um implante de cabelo. O bunker de Trípoli em que Gaddafi se encontra é "incrível" e conta com uma piscina olímpica, duas salas operatórias com "equipamentos alemães excelentes" e uma sala de hospital, relatou. Ribeiro contou que, naquele ano, participava de um congresso internacional de cirurgia quando foi chamado pelo ministro da Saúde para visitar "uma pessoa muito querida a ele". O cirurgião pensou que se tratava de sua mulher, mas, ao ser levado de carro até o bunker, descobriu que se tratava do próprio ditador líbio. Segundo o brasileiro, Gaddafi "era muito educado, culto, e falava corretamente o inglês" e, além disso, "não era considerado um ditador sanguinário, tinha aberto o país ao Ocidente e era chamado de chefe de Estado". O líder líbio recebeu-o em "uma tenda" e explicou-lhe o que queria. O médico disse que precisaria de mais informações para avaliar a situação, e Gaddafi levou-o então a um consultório médico dos mais modernos, recordou Ribeiro. A fortaleza do ditador da Líbia na capital, conhecida como Bab al-Aziziya foi invadida na terça-feira pelos rebeldes, mas não encontraram Gaddafi dentro. Os insurgentes dizem acreditar que ele esteja em um prédio próximo ao bunker, em um apartamento com seus filhos. Um novo áudio de Gaddafi foi veiculado pelo canal de TV Al Orouba nesta quinta-feira. Na mensagem, ele convoca as pessoas a saírem às ruas para lutar contra os "ratos" que trouxeram desgraça para o país. Dessa vez, ele pede aos líbios que tragam mulheres e crianças para "purificar Trípoli". Gaddafi também pediu a todas tribos líbias que lutem contra a "intervenção estrangeira".

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