quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Jornal diz que órgão omitiu informações em relatório do desastre do Airbus A330 da Air France

O jornal francês "Les Echos" divulgou na terça-feira um relatório confidencial sobre a investigação do desastre do Airbus A330 da Air France, que questiona o papel do alarme de estol (perda de sustentação) na tragédia. O vôo Rio-Paris caiu no Atlântico em 2009, matando os 228 ocupantes. De acordo com o jornal, o relatório foi feito no dia 25 de julho, quatro dias antes da divulgação da terceira análise sobre a tragédia pelo BEA, órgão do governo francês encarregado das investigações, que apontou erros dos pilotos por falta de treinamento. Segundo o "Les Echos", esse relatório teve suprimida uma parte que trazia uma explicação sobre o comportamento do alarme de estol, que foi acionado diversas vezes nos últimos minutos do vôo e indicava a queda livre do Airbus A330. O jornal diz ainda que, na versão divulgada pelo BEA, foi retirada uma recomendação às autoridades sobre o alarme, que constava no relatório confidencial. O BEA emitiu dez recomendações de segurança a partir das novas conclusões sobre o acidente. Dados registrados pelas caixas-pretas do Airbus mostram que o alarme de estol foi acionado e desativado diversas vezes, mesmo com a aeronave se mantendo em queda. O BEA confirmou ter retirado do relatório divulgado as referências ao alarme, alegando que as investigações sobre esse ponto ainda não foram finalizadas. A falta de referência ao alarme no relatório foi criticada pelo sindicato de pilotos da Air France, que considerou que "suas múltiplas ativações e interrupções intempestivas, em contradição com o estado do avião, contribuíram para dificultar à tripulação a análise da situação".

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