terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ministro da Agricultura usou jato de empresa de agronegócio

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), fez uso no cargo de um jatinho de uma empresa de agronegócios. Segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo "Correio Braziliense", Rossi e um de seus filhos, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), viajaram várias vezes em uma aeronave avaliada em US$ 7 milhões pertencente à Ourofino Agronegócios. Em nota divulgada no início da tarde desta terça-feira, Rossi diz ter usado o jato "em raras ocasiões", como "carona", e nega ter beneficiado a empresa. A Ourofino é de Ribeirão Preto (SP), cidade onde moram o ministro e sua família. Ela obteve aprovação, liberação e licença para comercialização de vacina contra febre aftosa em 2010. Segundo a reportagem do "Correio", um dos sócios do Grupo Ourofino é Ricardo Saud, diretor da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura. A proximidade entre a família de Rossi e a empresa do agronegócio se repete em outros campos. Vídeos institucionais da Ourofino são realizados pela empresa A Ilha Produções, que atualmente está em nome de Paulo Luciano Tenuto Rossi, filho do ministro, e Vanessa da Cunha Rossi, mulher de Baleia. O deputado estadual, por sua vez, foi contemplado com doação de campanha no valor de R$ 100 mil, transferidos pela Ourofino. "Ao longo de quatro anos, os procedimentos técnicos que culminaram na autorização para fabricação do produto veterinário foram cumpridos rigorosamente. Empresas nacionais, como a Ourofino e a Inova, conseguiram status oficial para a produção do medicamento veterinário. A decisão, técnica, teve como objetivo, abrir o mercado", diz Rossi na nota. Em resposta ao "Correio Braziliense", o deputado Baleia também "confirma que já viajou no avião da Ourofino" e que a empresa "fez doações à sua campanha, devidamente registradas no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo". Já Ricardo Saud afirmou ao jornal que não é mais sócio da subsidiária do grupo, pois o negócio não se viabilizou. A Ourofino diz que o assessor especial do ministro não continuou na ficha societária da firma, pois sua participação "não foi finalizada por falta de recursos por parte do senhor Ricardo". A revelação da relação entre Rossi e a empresa de Ribeirão Preto se junta à série de denúncias que há três semanas alvejam o Ministério da Agricultura. O ex-chefe de Licitações do ministério, Israel Leonardo Batista, diz que o ministério foi "corrompido" após a chegada de Rossi à pasta, no início de 2010. O servidor diz que o setor de licitações foi "desarranjado" e que vídeos do sistema interno de segurança da repartição revelariam a atuação de lobistas.

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