quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Petista pede audiência sobre ação de jornal contra blog

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) apresentou, na semana passada, um requerimento que pede a realização de uma audiência pública "para debater o silêncio da mídia no caso de censura imposto pelo jornal Folha de S.Paulo ao site www.falhadesaopaulo.com.br". No requerimento, o petista Paulo Pimenta sugere que sejam convidados para a audiência Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha, e Taís Gasparian, advogada do jornal. Também sugere convite a Lino e Mario Bocchini, responsáveis pelo blog citado. O pedido para audiência pública foi apresentado no último dia 16 na Comissão de Legislação Participativa da Câmara. Ainda não foi votado. Na justificativa do requerimento, o deputado diz que a intenção é "avançar em direção à discussão de uma prática que vem se constituindo em meio recorrente de alguns grupos de comunicação no Brasil, que é a utilização de mecanismos, que outrora condenavam, de modelos de censura, hoje, praticados justamente pelas mãos de quem diz viver da liberdade de expressão". A Folha não censurou o blog, diferentemente do que diz o deputado. A Justiça determinou que o blog não use o logotipo da Folha nem o domínio falhadespaulo.com.br na internet. "Não pela sátira, que não é vedada", escreveu o juiz ao conceder a liminar, mas pela "inequívoca confusão" entre o nome do blog e o título do jornal. O petista Paulo Pimenta é aquele parlamentar que foi flagrado, pelo falecido deputado federal gaúcho Julio Redecker, quando mergulhava no carro do publicitário mineiro Marcos Valério, na garagem do Senado Federal, ao final de uma das sessões da CPI dos Correios. Também é o mesmo que apresentou à CPI uma lista falsa de nomes que teriam recebido dinheiro de Marcos Valério, operador do Mensalão do PT. Ameaçado de levar uma representação contra seu comportamento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o petista Paulo Pimenta implorava a Julio Redecker, em telefonemas, que não ingressasse com a representação. Os telefonemas foram ouvidos por testemunhas que estavam junto com o deputado Redecker no Aeroporto de Brasília. Redecker havia colocado o seu celular no viva-voz.

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