quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Revolta popular na Líbia deixou 50 mil mortos, diz comandante rebelde


Cerca de 50 mil pessoas foram mortas desde o início da revolta popular na Líbia para derrubar o ditador Muammar Gaddafi há seis meses, estimou nesta terça-feira um comandante militar do conselho interino que governa o país. "Em Misrata e Zlitan, entre 15 mil e 17 mil foram mortos e em Jebel Nafusa (nas Montanhas Ocidentais) aconteceu a maior parte das mortes", afirmou à Reuters o coronel Hisham Buhagiar, comandante das tropas anti-Gaddafi que tomaram Trípoli há uma semana. "Nós libertamos cerca de 28 mil prisioneiros. Supomos que todos os desaparecidos estejam mortos", acrescentou ele. "Também tem Ajdabiyah, Brega. Muitas pessoas foram mortas lá também", disse ele, referindo-se a cidades no leste da Líbia, que também foram palco de confrontos. Os números incluem os que foram mortos em confrontos entre tropas de Gaddafi e seus inimigos, além daqueles que desapareceram nos últimos seis meses, explicou o coronel. O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes líbios, Mustafa Abdel Jalil, deu nesta terça-feira um ultimato de três dias para que as cidades que seguem leais a Gaddafi se rendam de maneira pacífica à revolução. Caso os redutos que continuam sob controle de Gaddafi não passem a apoiar os rebeldes até sábado, o Conselho recorrerá à força militar, afirmou ele durante coletiva de imprensa em Benghazi. Entre as últimas cidades resistentes aos rebeldes, está Sirte, terra natal do ditador, que recebe ataques aéreos da Otan, aliança militar do Ocidente. "Até sábado, se não houver indicações pacíficas para implementação disto, nós decidiremos isso militarmente. Não desejamos fazer isso, mas não podemos esperar mais", disse o chefe dos rebeldes. Jalil havia pedido à Otan que não abandonasse a campanha militar em prol dos rebeldes, já que, segundo ele, Gaddafi continua sendo uma ameaça. Em entrevista à rede catarina Al Jazeera, Jalil admitiu que os rebeldes não têm nem ideia do paradeiro de Gaddafi. "Se soubéssemos onde Gaddafi está agora, nossos revolucionários estariam a caminho para capturá-lo. Não temos informação de que Muammar Gaddafi esteja na Líbia ou em qualquer outro lugar". Os rebeldes já ofereceram US$ 1,7 milhão e anistia para quem capturar Gaddafi, vivo ou morto.

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