domingo, 25 de setembro de 2011

Alta do dólar pode ser gota d’água da meta de inflação

A disparada do dólar pode ser a gota d’água para que a inflação em 2011 estoure o teto do sistema de metas, de 6,5%. Segundo diversos analistas, o impacto da alta do câmbio na inflação acontece de forma rápida, em um ou dois trimestres. Tudo depende do que vai acontecer nos próximos meses com a cotação do dólar e das commodities. Mas, se o quadro de estresse nos mercados se mantiver, as estimativas do impacto adicional no IPCA ainda em 2011 vão de 0,15 a 0,5 ponto porcentual, ou mesmo mais. Hoje, a média da expectativa de mercado do IPCA é de 6,46%. A maior parte destas estimativas leva em conta cotação média do dólar até o fim do ano bem abaixo das ocorridas nos últimos dias. Assim, mesmo impactos adicionais muito modestos podem levar ao estouro do teto da meta. Um efeito mais forte poderia levar o IPCA de 2011 a fechar próximo a 7%. O impacto inflacionário da alta do dólar se dá principalmente pelo preço das commodities alimentares e minerais, que são insumos de diversas indústrias. Como ocorreu na crise de 2008 e 2009, o câmbio e as commodities tendem a se mover em direções opostas, o que suaviza o impulso inflacionário da disparada do dólar. Com aumento da aversão ao risco, o câmbio sobe. Mas o agravamento da crise global aponta para a redução da demanda de commodities, e seus preços caem. Até agora, o dólar correu na frente, e a cotação das commodities em real subiu significativamente desde o início de agosto. A média do índice de commodities CRB em reais de setembro está 6,4% acima da média de julho e agosto. Comparando-se o ponto recente de maior baixa, em 8 de agosto, e o CRB em reais da última sexta-feira, o salto é maior, e vai a 10,8%.

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