segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Analistas põem em xeque a meta fiscal de 2012

Estão aumentando as dúvidas sobre o cumprimento da meta de superávit primário do setor público consolidado de 3,1% do PIB em 2012, sem truques nem descontos de despesas. O cumprimento dessa meta foi uma das principais condições apontadas pelo Banco Central para justificar o início da redução da Selic, a taxa básica de juros, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Entre os céticos estão os economistas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre, da Fundação Getúlio Vargas) e da consultoria Tendências. Em ambos os casos, o superávit primário de 2012 está estimado em um pouco mais de 2% do PIB, mas bem distante da meta. A projeção do Ibre, em particular, é reforçada pelo fato de a instituição ter sido das poucas que previu que o governo cumpriria a meta de superávit primário de 2011, o que deve acontecer, inclusive com o aumento recém-anunciado de R$ 10 bilhões. “Nós falamos que o governo ia cumprir a meta de 2011 no final do ano passado e todo mundo ficou chocado”, lembra-se Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre. Para 2012, porém, a situação mudou, na visão de Silvia: “Está muito, muito difícil”. O Ibre prevê superávit primário de apenas 2,1% do PIB no próximo ano. A visão é de que as receitas continuarão crescendo, mas num ritmo bem menor do que o de 2011. Já as despesas voltam a disparar, com expansão real de 9,4%, praticamente idêntica à média de 9,3% do crescimento de 2009 e 2010.

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