segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Após protestos, indio cocaleiro Evo Morales suspende construção de estrada na Bolívia

Após 40 dias de intensos protestos que se espalharam por todo o país, o ditador da Bolívia, o índio cocaleiro Evo Morales, anunciou na noite desta segunda-feira a suspensão da construção de uma estrada que cruza uma reserva natural em áreas amazônicas até que um plebiscito ouvindo as partes envolvidas seja realizado. Construída pela brasileira OAS com financiamento do BNDES, a estrada, que tem 306 quilômetros e atravessa uma reserva de 1,2 milhão de hectares, deve custar US$ 415 milhões. "Enquanto houver este debate nacional e para que os Departamentos decidam, fica suspenso o projeto de estrada sobre o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure", destacou o ditador. A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de US$ 415 milhões. Os indígenas amazônicos, que rejeitam a estrada porque a obra atravessará o Tipnis, argumentam que a obra possa levar à ruína da reserva ecológica e à invasão da área por produtores de coca, planta base para fabricar cocaína. O Itamaraty divulgou nota nesta segunda-feira em que defende a construção da estrada financiada pelo Brasil: "Se trata de projeto de grande importância para a integração nacional da Bolívia e que atende aos parâmetros relativos a impacto social e ambiental previstos na legislação boliviana", afirma trecho do texto.

Nenhum comentário: