quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Centenas de africanos estão presos em um porto perto de Trípoli

Centenas de africanos subsaarianos estão acampados, sem condições de deixar a Líbia, em um acampamento imundo na periferia de Tripoli. Eles chegaram à capital há dois meses e alguns dias atrás partiram sem nada para fugir da guerra e da caça aos africanos subsaarianos acusados de combaterem pelo ditador Muammar Gaddafi. Mil africanos vindos de Nigéria, Gana, Mali, Somália, Sudão e Gâmbia trabalharam durante muitos anos como pedreiros na Líbia para depois embarcarem ilegalmente para a Europa. Agora se acotovelam no pequeno porto de Sidi Bilal, em uma base militar abandonada, dentro de barcos ou em cobertores pendurados nos cascos das embarcações. Estão desesperados. "Precisamos de ajuda para sair daqui", pede desesperado Abdullah Kassim, 17 anos. Aqui as condições são insuportáveis, afirma Simon Burroughs, da organização MSF (Médicos sem Fronteiras) em Trípoli. Eles dormem em lençóis cheios de terra, se alimentam quando os rebeldes ou os vizinhos líbios trazem alguma coisa, bebem água suja de um poço, tomam banho no mar, onde também defecam. Não existe meio de serem tratados adequadamente, só recebem cuidados básicos administrados pelo MSF. Todos têm medo de sair do acampamento. "Se a gente sair, eles nos capturam e não sabemos se voltamos. Nós somos negros e eles pensam que somos mercenários", explica Abdullah Kassim. A Anistia Internacional, que denunciou maus tratos por parte dos rebeldes contra os africanos subsaarianos, confirmou que eles estão efetivamente em situação de alto risco.

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