segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Faculdades pagam ONGs e igrejas para captar novos alunos

Surgiu uma nova figura no meio universitário: o intermediário entre as faculdades privadas e os jovens trabalhadores de menor renda que se tornaram o principal público-alvo de algumas instituições. Associações de moradores, líderes comunitários, ONGs e igrejas fazem parte da malha de captação de alunos. O fenômeno é constatado em bairros da periferia da Grande São Paulo. As entidades intermediárias são remuneradas de duas formas: pelos alunos - que pagam uma taxa semestral ou anual para ter o nome incluído no cadastro para bolsas de estudo - e pelas faculdades, que chegam a pagar R$ 100,00 por matriculado. As faculdades justificam a contratação da rede de intermediários dizendo que isso é mais eficiente e barato do que gastar com publicidade nas mídias convencionais. Instituições de São Paulo como Uniban (recentemente adquirida pelo grupo Anhanguera), Universidade de Guarulhos, UniRadial (ligada ao grupo Estácio de Sá), Faculdade Sumaré e UniSant’Anna são algumas das que aderiram à prática. Não há um padrão na contratação dos intermediários. As faculdades mais agressivas recorrem a associações de moradores de comunidades carentes, contando que o futuro aluno poderá financiar 100% de seu estudo pelo Fies, do governo federal, ou por outras fontes de financiamento do governo de São Paulo ou privadas.

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