quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mercadante diz que derrubada de veto presidencial seria "maldição do petróleo"

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira que a derrubada do veto presidencial ao modelo de partilha dos royalties do petróleo, que deve ser decidida pelo Congresso na próxima semana, seria o início da "maldição do petróleo" no Brasil. Também conhecida como "doença holandesa", a "maldição do petróleo" é o nome dado à dependência excessiva que um país desenvolve em relação a uma commodity como o óleo. Falando num ato público promovido pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências) na Câmara dos Deputados, Mercadante afirmou que a derrubada do veto presidencial que impede que os royalties do petróleo sejam destinados a Estados e municípios não produtores vai pulverizar recursos que deveriam ser investidos em educação, ciência e inovação tecnológica para que o país possa "sair do petróleo a médio e longo prazo". "É assim que começa a maldição do petróleo: em vez de unir, divide os entes federativos", afirmou. Segundo o ministro, a derrubada do veto faria o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação perder só neste ano R$ 1,1 bilhão. Isso porque, no modelo defendido pelos Estados não produtores, os recursos dos royalties que hoje são carimbados para ciência, tecnologia e Marinha deixariam de sê-lo. Segundo Mercadante, a pulverização entre Estados e municípios da verba da ciência poderia levar o Brasil para o caminho do "Estado parasitário", nos moldes do que aconteceu com a Venezuela e com outros petroestados, como os países árabes.

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