segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mercado aposta em corte de 1 ponto percentual na Selic

Com o quadro externo cada vez mais complexo e o "problema" cambial cercado pela disposição do governo em dar liquidez ao dólar, o comentário no mercado de juros é de que o Banco Central pode acelerar o ritmo de corte da taxa Selic. Essa é a mensagem que se extrai do mercado de juros futuros, em que os contratos voltaram a cair com força nesta segunda-feira, especialmente os de prazo mais dilatado. Segundo operadores, o mercado passa a migrar para a possibilidade de corte de 1 ponto percentual da Selic no encontro de outubro do Copom (Comitê de Política Monetária). Na visão do economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, se o Banco Central começou a cortar a Selic apontando para os impactos da crise externa sobre o mercado local, e essa crise só tem piorado, nada mais natural do que acreditar que o ritmo de ajuste possa, de fato, ser acelerado. "Não acreditamos nisso ainda, mas dada a imprevisibilidade do Banco Central nos últimos meses, tudo é possível", diz Sérgio Vale, para quem o governo não tem muito mais apreço pela inflação, mas olha para o crescimento e a exportação de manufaturados. Ainda de acordo com Sérgio Vale, mesmo que a crise seja forte a ponto de derrubar a inflação em 2012, o quadro não deixa de ser preocupante, pois esse agravamento do cenário global deve ser acompanhado de políticas fiscal e monetária mais expansionistas. "Isso só traz ainda mais preocupação para a inflação de 2013 e 2014. Ou seja, em qualquer das hipóteses, o cenário de inflação está sombrio para frente. Tudo apenas depende do 'timing' que a crise externa trará", diz o especialista.

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