quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Governo descarta vender reservas apesar de alta do câmbio

O governo atribui a alta do dólar à corrida de investidores no mercado futuro, no qual são negociados contratos de câmbio, para liquidar as apostas feitas anteriormente na queda da moeda. Nesta quarta-feira a moeda americana foi negociada por R$ 1,862 no mercado de câmbio doméstico, em uma forte alta de 4%. Dentro da equipe econômica, a avaliação é que não há necessidade de vender, neste momento, os dólares das reservas internacionais, como foi feito na crise de 2008. Isso só seria necessário se houvesse falta de moeda, o que não é o caso. Para o governo, o problema no mercado futuro que puxa o dólar para cima é um movimento de curto prazo, que deve se esgotar em poucos dias, assim que os investidores conseguirem se proteger contra a alta da moeda. Economistas do governo dizem, no entanto, que os investidores perceberam que o patamar de referência para o dólar agora será mais elevado do que o verificado até o mês passado. Para reduzir a pressão sobre o mercado de contratos de câmbio, no qual há muitos compradores e poucos vendedores, o Banco Central anunciou antecipadamente nesta quarta-feira que não irá rolar quase US$ 2 bilhões em contratos que vencem no dia 1º de outubro. Ao não renegociar esses papéis, o Banco Central age como se estivesse vendendo moeda no mercado futuro, o que ajuda a segurar as cotações. Ao antecipar o anúncio, o governo espera que os investidores coloquem essa informação no preço da moeda. O Banco Central ainda tem cerca de US$ 6,5 bilhões em contratos a vencer. Apesar de a entrada de dólar no País ter caído na semana passada, o governo avalia que esse fator não é determinante para as cotações.

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