terça-feira, 13 de setembro de 2011

Polícia boliviana anuncia que impedirá avanço de marcha indígena

A polícia da Bolívia anunciou nesta terça-feira que impedirá o avanço da marcha indígena que se dirige à capital, La Paz, em protesto contra a construção de uma estrada financiada pelo Brasil e que cortará uma das maiores reservas florestais do país. De acordo com o chefe de Planejamento de Operações da polícia, Carlos Flores, o objetivo do bloqueio é evitar "enfrentamentos" entre indígenas e agricultores governistas, que já ameaçaram desmantelar a marcha. "Não estamos vindo para reprimir esta marcha. Estamos dispostos a dialogar. Não vamos lhes permitir avançar, porque não queremos enfrentamentos", explicou Flores. A marcha dos indígenas bolivianos conta com mais de 1.700 participantes e encontra-se em San Isidro, localidade entre as cidades de San Borja e Yucumo. Na tarde de segunda-feira, as forças de ordem levantaram uma barreira entre as duas cidades como um "exercício preventivo antidistúrbios". Foram deslocados cerca de 300 policiais e o prefeito da cidade, Rosendo Chura, anunciou garantias aos manifestantes. Os agricultores, por sua vez, cavaram uma vala e bloquearam a estrada com troncos de árvores e capôs de automóveis. Eles exigem que os indígenas aceitem o projeto de rodovia que cruzará o Tipnis (Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure). Os grupos indígenas, porém, reiteraram que, apesar da ameaça, manterão a marcha caso nesta quarta-feira o chanceler boliviano, David Choquehuanca, de origem camponesa, não se apresente para negociar em nome do governo.

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