segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Senadores criticam proposta de regulamentação da mídia

Senadores aliados e da oposição criticaram nesta segunda-feira a moção aprovada pelo 4º Congresso do PT, no fim de semana, que defende a "regulamentação da mídia". O discurso mais duro foi do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que considerou a postura do partido uma ameaça à liberdade de imprensa, digna de um "tribunal inquisidor". Para o peemedebista, o PT "ameaça" a imprensa com a discussão sobre a regularização da mídia quando vê algum integrante do partido lançado em episódios polêmicos, como a reportagem da revista "Veja" sobre a atuação do ex-ministro José Dirceu em um hotel de Brasília. Acusado de comandar o esquema do mensalão, José Dirceu, segundo a revista, atuou junto a políticos do PT pela queda do ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil). "Não queremos uma imprensa governista. Já basta a cooptação que o governo fez dos chamados movimentos sociais, que viraram meros apêndices do PT. Toda vez que algum malfeito petista aparece nas páginas dos jornais e das revistas, a cúpula do PT se apressa em ressuscitar o chamado marco regulatório da mídia, nome pomposo para um verdadeiro tribunal inquisidor da comunicação que os petistas querem implantar no Brasil", disse Jarbas Vasconcelos. O senador Jarbas disse que a regulamentação da mídia vai contra a história do PT: "Se existe um partido político no Brasil que teve seu crescimento fortemente ligado à liberdade de imprensa, este foi o PT,o mesmo se aplica à trajetória do ex-presidente Lula. Não combina mais com o Brasil qualquer tentativa de cercear a liberdade de imprensa. Existem instrumentos disponíveis para que eventuais excessos e equívocos sejam punidos devidamente. É preferível uma imprensa cometendo excessos, e buscando reparar seus próprios erros, do que uma imprensa tutelada pelo poderoso de plantão". O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), disse que o PT propõe o marco para impedir denúncias de corrupção: "Quando as denúncias explodem nos principais veículos do Brasil fala-se em regulação da mídia, como se desejássemos amordaçar a imprensa para que a corrupção pudesse campear fagueira na clandestinidade do submundo do governo". Também da tribuna do Senado, sem citar diretamente o PT, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a liberdade de imprensa é um preceito constitucional: "Falar em regulamentação da imprensa hoje é violar a Constituição. É lógico que liberdade rima com responsabilidade. Agora, nós não podemos, sob pena de violarmos a Constituição, falar em regulamentação da imprensa".

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