sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vale do Silício continua a todo vapor, mas bolha gera preocupação

O centro do universo tecnológico vive em uma bolha do tempo, em um época de abundância e prosperidade. O pessoal de tecnologia na faixa de 20 a 40 anos ainda paga mais de US$ 1 milhão por casas modestas em Palo Alto, no vale do Silício, e em San Francisco. Há empregos bem remunerados de sobra, pelo menos para engenheiros de software. E, para qualquer um que tenha uma idéia decente para uma nova empresa, é fácil arrumar US$ 100 mil para fazê-la decolar. Mas, a despeito dessa exibição de otimismo, velhos temores têm se infiltrado, mesmo antes das recentes atribulações de Wall Street, evocando as lembranças do estouro da bolha ponto-com. Agora, a preocupação é de que toda a agitação em Wall Street irá se propagar para o oeste. Mas o otimismo essencial deste lugar ainda prevalece. "No vale do Silício, somos, como espécie, extremamente otimistas", diz Lise Buyer, cuja empresa, a Class V Group, presta consultoria para ofertas públicas iniciais. Mas, ressaltou ela, "ninguém que seja racional jamais iria fundar uma companhia". O dinheiro novo existente aqui quer continuar investindo. Apoiar mais uma "start-up" é um símbolo de status. Os engenheiros acreditam que este é o momento certo para criar os futuros Groupons ou Facebooks, ou mais um aplicativo social local para celulares. "Não é que eles não vejam os sinais de alerta", diz Adeo Ressi, "coach" de empreendedores: "É como uma roleta". Os otimistas observam que o montante investido não chega nem perto do que era em 2000, e que desta vez as empresas em geral são rentáveis e maduras. Os pessimistas dizem que, sim, uma bolha está inflando, mas esperam ter a inteligência e a sorte para pularem fora antes de estourar. Só no segundo trimestre deste ano, 22 empresas de tecnologia abriram seu capital, em um valor total de US$ 5,5 bilhões, o maior desde 2000, segundo a Associação Nacional do Capital de Risco.

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