terça-feira, 11 de outubro de 2011

África do Sul julga morte de líder de resistência do apartheid

O julgamento de dois negros acusados de matar a machadadas o líder supremacista branco Eugene Terre'blanche, na África do Sul, por uma disputa salarial em sua fazenda, começou nesta segunda-feira, com uma demonstração carregada de motivações raciais em frente ao tribunal. Chris Mahlangu, jardineiro na fazenda de Terre'blanche, e outra pessoa de 16 anos que não foi identificada por motivos legais, foram acusados pelo assassinato, em abril de 2010, que ressaltou as tensões raciais que ainda existem no país, 17 anos depois do fim do sistema apartheid que o líder supremacista havia lutado pra preservar. Os dois se declararam inocentes das acusações, que incluíam invasão de domicílio, furto e o assassinato de Terre'blanche a machadadas. O caso serviu para lembrar das amargas divisões existentes no país, hoje conhecida como "a nação arco-íris" e governada pelo comunista Congresso Nacional Africano, o partido que ajudou a pôr fim ao apartheid.Norman Arendse, advogado do menor que enfrenta acusações de assassinato, disse que havia "condições horríveis na fazenda", que não estava apta para a habitação humana. Segundo ele, seu cliente não participou do assassinato, mas ligou para a polícia depois de encontrar o corpo. O promotor George Baloyi afirmou ao tribunal que os dois encontraram Terre'blanche dormindo em sua cama e então o agrediram com um cano de aço. Muitos estavam preocupados que o assassinato do fazendeiro que liderou o Movimento de Resistência Africâner poderia provocar uma nova onda violência racial. A polícia disse, contudo, que a motivação do crime provavelmente eram salários não pagos. Terre'blanche era uma figura proeminente durante os anos finais do apartheid, mas depois viveu em relativa obscuridade, particularmente desde sua libertação em 2004, depois de servir uma sentença na prisão por agredir um homem negro quase até a morte.

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