quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Diretor da Petrobras alerta para impacto do câmbio no balanço

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que a questão cambial tem que ser considerada no longo prazo, já que dependendo do momento a estatal pode ser beneficiada ou prejudicada. "O balanço sofre um efeito positivo e negativo. Nós tivemos um efeito positivo no câmbio de 2,8 bilhões de reais no último trimestre, hoje tem que olhar o câmbio. Esse é um impacto que vem e vai. Como a dívida tem sete anos de prazo, só lá na frente que de fato eu vou ter o impacto de caixa", explicou ele. Barbassa lembrou que a Petrobras tem "mais dívida lá fora do que ativos", e que 70% do total do passivo é denominado em dólar. O segundo corte consecutivo de 0,5% na taxa básica de juros (Selic) fortalece o olhar da Petrobras sobre a possibilidade de captações de recursos em reais no mercado brasileiro, avaliou Barbassa. "É claro que ajuda. Quanto menor os juros aqui, o mercado se torna mais atrativo", disse ele nesta quinta-feira. Segundo Barbassa, o mercado brasileiro é atrativo, mas não tem profundidade e volumes suficientes para atender toda a demanda de recursos da Petrobras. "Você vê que as nossas operações são grandes. Os fundos aqui no Brasil vão longe e compram títulos de longo prazo também, mas não é uma operação que eu faça em dólar, seis bilhões, com facilidade. Isso não dá para fazer", afirmou o diretor. Ele estima que o mercado brasileiro tem hoje capacidade para suportar uma operação de R$ 1 bilhão. "Desse tamanho e desse nível, dá pra fazer. O mercado brasileiro está desenvolvido e vai chegar a um custo parecido com outros mercados", afirmou ele, ao ressaltar que as operações de captação da Petrobras normalmente superam o prazo de cinco anos para amortização.

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