quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Economista Paul Krugman avisa, chance de recessão global é maior que 50%

A economia mundial tem chances "maiores que 50%" de cair em uma nova recessão, disse Paul Krugman, professor da Universidade de Princeton, em entrevista concedida ao jornal The Nikkei. Krugman, que venceu o prêmio Nobel de Economia em 2008, disse que os Estados Unidos e a Europa aparentemente estão marchando rumo à recessão, mas ressaltou que os países em desenvolvimento devem continuar crescendo, ainda que num ritmo menor. Consequentemente, o mundo sofrerá os efeitos de um desaquecimento. Segundo ele, um terço da zona do euro (incluindo Espanha e Itália) está à beira da crise e "os gregos precisam declarar um default". O economista destacou a importância do papel dos bancos centrais como credores de última instância e a obrigação dessas instituições de evitar ondas de falências no setor financeiro, acrescentando que o Banco Central Europeu não está cumprindo inteiramente essa função. Ele afirmou que a melhor maneira de a Europa enfrentar a crise seria com crescimento econômico e uma inflação de 2% a 3% ao ano. O economista citou a necessidade de uma política monetária frouxa e criticou a decisão do Banco Central Europeu de aumentar os juros neste ano, afirmando que a instituição "repetiu os erros do Banco do Japão" quando encerrou a política de juro zero, em 2000. Krugman afirmou que "a América de 2011 é o Japão de 1998" e disse ser necessário mais estímulo monetário e fiscal nos Estados Unidos. Entretanto, ele acredita que o plano de US$ 450 bilhões apresentado pelo governo Obama para estimular a criação de empregos terá dificuldades em passar pelo Congresso por causa de intransigências políticas. Krugman disse temer que tanto as economias da Europa quanto a dos Estados Unidos sofram no longo prazo com os problemas que atingiram a economia japonesa. Ele disse que, no caso norte-americano, "a escala do choque foi maior do que qualquer um imaginava", mas a resposta política "foi muito pequena".

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