sábado, 8 de outubro de 2011

Irã diz que Turquia enfrentará problemas se não mudar de direção

Yahya Rahim-Safavi, um dos principais assessores do líder supremo do Irã, disse no sábado que a Turquia precisa repensar radicalmente a sua política sobre a Síria, o escudo antimísseis da Otan e sua tentativa de promover o secularismo muçulmano no mundo árabe, ou enfrentará problemas com seu próprio povo e seus vizinhos. Oconselheiro militar do aiatolá Ali Khamanei descreveu o convite do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, para que os países árabes adotem o modelo turco de democracia, como "inesperado e inimaginável". A Turquia e o Irã, os dois maiores países muçulmanos não árabes do Oriente Médio, estão disputando uma posição de influência no mundo árabe, que está atravessando a maior mudança desde a queda do Império Otomano, uma rivalidade que estremeceu suas relações. "O comportamento do primeiro-ministro turco em relação à Síria e ao Irã está errado e eu acredito que eles estão agindo em conformidade com os objetivos da América", disse o major-general Yahya Rahim-Safavi: "Se a Turquia não se distanciar desse comportamento político incomum, verá tanto o povo turco se afastar dela, quanto os países vizinhos da Síria, Iraque e Irã, repensando suas relações políticas". Veja-se que o Irã fala pelo Iraque e a Síria. Khamenei tem chamado as revoltas árabes de "Despertar Islâmico", prevendo que os povos do Oriente Médio, que derrubaram os regimes ditatoriais, apoiados pelo ocidente, seguirão o caminho que o Irã tomou depois da Revolução Islâmica de 1979. Os analistas dizem que as revoltas foram, geralmente, de natureza secular. Foi a decisão da Turquia de autorizar o posicionamento de um sistema de alarme antimísseis da Otan que mais irritou Teerã, que vê isso como uma manobra dos Estados Unidos para proteger Israel de qualquer contra-ataque, caso o país resolva atacar as instalações nucleares do Irã.

Nenhum comentário: