quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nova geração pode ficar 'traumatizada' pela falta de empregos, diz OIT

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou nesta terça-feira para os riscos de uma geração de jovens "traumatizada" pelo agravamento da crise mundial. Segundo um relatório da instituição, os jovens podem sofrer o impacto do desemprego alto nas economias mais avançadas e do aumento do número de trabalhadores pobres nos países em desenvolvimento. O relatório "Tendências Mundiais do Emprego Juvenil" de 2011 indica que além de criar "um mal-estar social provocado pelo desemprego e trabalhos precários, a crise pode resultar em salários mais baixos no futuro". "Esta frustração coletiva dos jovens foi um dos motores dos movimentos de protestos que ocorreram neste ano em todo o mundo. Tornou-se cada vez mais difícil para os jovens conseguirem algo diferente de um trabalho por meio período ou temporário", diz a organização, que cita como exemplo as revoltas da primavera árabe. A OIT havia publicado em agosto de 2010 um relatório sobre o impacto da crise econômica global no mercado de trabalho para os jovens entre 15 e 24 anos. Mas em razão do aumento das incertezas no cenário econômico, decidiu atualizar as tendências. No relatório anterior, a organização constatou que em 2009, o pico da crise, o número de jovens desempregados havia aumentado em 4,5 milhões, um recorde. A média até 2007, antes da crise, era de menos de 100 mil pessoas por ano. Segundo o novo documento, a crise no mercado de trabalho dos jovens continua grave em 2011. Se os números registram uma leve queda, isso é devido ao fato, diz a OIT, de que muitos jovens simplesmente desistiram de procurar emprego, sobretudo nos países da União Europeia. A OIT diz ainda que 2,6 milhões de jovens a menos do que o previsto nas estimativas entraram no mercado de trabalho em 2010, nos 56 países onde os dados foram apurados.

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