domingo, 23 de outubro de 2011

Polícia Federal muda investigação sobre Banco PanAmericano

A Polícia Federal decidiu mudar o rumo das investigações sobre a fraude no Banco PanAmericano, que teve rombo contábil, após descobrir indícios de desvio de dinheiro, uso de caixa dois e conexões entre ex-executivos e políticos ligados ao governo petista. Há suspeita de que o Banco PanAmericano, instituição financeira que pertencia ao empresário Silvio Santos, dono do SBT, tenha contado com a ajuda de políticos influentes para ser socorrido. A Polícia Federal interceptou e-mails entre o ex-ministro petista Luiz Gushiken (governo Lula) e o então presidente do banco PanAmericano, Rafael Palladino, desde 2009, quando a Caixa Econômica Federal comprou 49% do banco PanAmericano. A Polícia Federal também apura se executivos do banco fizeram doação para campanha política. A Polícia Federal obteve na Justiça Federal o bloqueio de bens e o sequestro dos passaportes de executivos ligados ao Banco PanAmericano, entre eles os de Luiz Sandoval, Rafael Palladino e Wilson de Aro, respectivamente ex-presidente do grupo Silvio Santos, ex-presidente do banco e diretor financeiro da instituição. A decisão foi da 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo. O Banco PanAmericano vendia carteiras de crédito para outras instituições e não lançava em sua contabilidade, inflando seus números. Isso aconteceu pelo menos a partir de 2006 e causou um rombo de R$ 2,5 bilhões, que aumentou depois para R$ 4,3 bilhões. Um ano antes de a fraude se tornar pública, a Caixa Econômica Federal tinha comprado 49% do Banco PanAmericano por R$ 739 milhões. O negócio teve consultoria da KPMG e do Banco Fator. A KPMG tem contrato com o Ministério da Fazenda. Com a fraude, o Banco PanAmericano teve de ser socorrido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) e seu controle acabou sendo vendido para o BTG Pactual neste ano. Segundo o inquérito da Polícia Federal, o ex-ministro petista Gushiken prestou uma "consultoria" ao Banco PanAmericano em negociações de compra e venda de empréstimos, possivelmente de créditos consignados. Um dos e-mails interceptados revela que Gushiken cobrou Palladino pelo fechamento de um negócio ocorrido sem a sua "anuência", com igrejas evangélicas. Uma outra linha de investigação apura a possível atuação de Gushiken na prospecção de novos clientes e na intermediação de contratos de venda de carteiras de crédito para fundos de pensão de estatais. Gushiken deixou o governo Lula em 2006, envolvido no escândalo do Mensalão do PT. Atualmente ele por tratamento quimioterápico.

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