segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Policial fornece à Polícia Federal lista de 20 ONGs dispostas a delatar esquema a favor do PCdoB

Em novo depoimento, que durou mais de quatro horas, o policial militar João Dias informou à Polícia Federal que pelo menos 20 ONGs estão dispostas a delatar o esquema de arrecadação de propina que o PCdoB teria montado no Ministério do Esporte, junto a entidades conveniadas com o programa Segundo Tempo. Os representantes das entidades, segundo ele, vão depor nos próximos dias. Como havia prometido no primeiro depoimento, semana passada, João Dias entregou documentos, 13 áudios, um celular e mídias que, a seu ver, comprovam os desvios de recursos públicos da pasta no programa. O material será submetido à perícia da Polícia Federal. Entre as mídias estão dois áudios, publicados pela revista Veja nesta semana, nos quais dirigentes do ministério instruem o policial a fraudar documentos de prestação de contas de convênios firmados entre a pasta e duas ONGs que ele dirige. O esquema, detalhou Dias, incluía o pagamento, pelas ONGs conveniadas, de um pedágio de 10% a 20% para um escritório de consultoria e a contratação dos serviços de um cartel de seis empresas indicadas pela cúpula do Ministério, ligadas ao PCdoB. Pelo menos 20% de todo o dinheiro dos convênios firmados com 300 ONGs, conforme o policial, eram desviados e parte ia para financiar a estruturação do partido e campanhas de candidatos. “Fui vítima de chantagem e retaliações porque não aceitei as condições absurdas que me exigiam”, afirmou o delator. Além destas ONGs, ele deu à Polícia Federal os nomes de outras dez entidades que, segundo garante, aceitaram condições espúrias para obterem recursos do programa. As ONGs, para não serem molestadas na prestação de contas, tinham de comprar produtos e serviços de um pool de seis empresas. Ele deu à Polícia Federal os nomes das empresas. Além das ONGs que se propõem a depor espontaneamente, João Dias citou outras dez que ele diz ter certeza de que aceitaram pagar o preço ao PCdoB para obterem contratos. Entre essas, cinco seriam de Brasília.

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