terça-feira, 18 de outubro de 2011

Procuradoria pede que Polícia Federal investigue importação de lixo hospitalar em Pernambuco

O Ministério Público Federal em Pernambuco requisitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar a importação de toneladas de lixo hospitalar dos Estados Unidos por uma empresa têxtil do Estado. Designada para o caso, a procuradora Carolina de Gusmão Furtado também abriu uma investigação administrativa para decidir se cabem medidas cíveis ambientais. Somente com o resultado da investigação da Polícia Federal, o Ministério Público Federal irá definir que medidas deverão ser adotadas. O órgão sustenta haver indícios claros de ao menos três crimes: contrabando, uso de documento falso e crime ambiental. O lixo hospitalar era importado e vendido pela Império do Forro de Bolso, de Santa Cruz do Capibaribe (PE), que teve duas lojas interditadas no fim de semana pela Vigilância Sanitária, nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e de Toritama, onde o tecido pode ser comprado por R$ 10,00 o quilo. Na noite de segunda-feira, a Polícia Civil pernambucana apreendeu em Caruaru (PE) mais 15 toneladas de tecido com a logomarca de hospitais norte-americanos. O material foi encontrado em um galpão inspecionado graças a mandados judiciais de busca e apreensão. O armazém fica no Bairro Universitário e pertence a empresa Na Intimidade, que funciona com o nome fantasia Império do Forro de Bolso. O material é semelhante às 46 toneladas de lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês sujas de sangue retidas na semana passada, no Porto de Suape, em Pernambuco. Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), diz que não se "surpreenderia se o produto aparecesse em São Paulo ou Rio de Janeiro". "Há cerca de 200 possibilidades de entrada de produtos têxteis no País. As fronteiras são muito grandes, e as possibilidades de driblar a fiscalização são inúmeras", disse ele. Ou seja, é muito maior o grau de importação de lixo hospitalar contaminado por empresas brasileiras. O suposto responsável pela Império dos Forros, Altair Moura, cujo nome consta em registros da empresa disponíveis para consulta na internet, ainda não foi localizado. Segundo a Vigilância Sanitária do Estado, ele trabalha com importação de tecidos há cerca de 11 anos.

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