domingo, 23 de outubro de 2011

Tarso Genro diz que mídia cria "fascismo pós-moderno" com denúncias

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), fez pesadas críticas à mídia em discurso em Porto Alegre e disse que existe no país um "tribunal comunicacional". As declarações foram feitas em evento do Ministério Público gaúcho sobre a corrupção, na última quinta-feira. "Nos países do capitalismo tardio, os casos mais graves e emblemáticos de corrupção são investigados pela mídia e apresentados publicamente à sociedade segundo a convicção ou interesse das grandes cadeias de comunicação", disse ele. O governador petista, que já foi ministro da Justiça, disse que há "mecanismos paralelos de justiçamento arbitrário": "É uma espécie de fascismo pós-moderno. O conteúdo enterra a forma. A informação substitui a instituição". Tarso Genro disse que a situação "faz vibrar a classe média ingênua" e adversários políticos: "Esquecem que podem ser os próximos réus". Afirmou ainda que jornalistas acabam atuando como "agentes do mercado de informações" que podem ser "competentes ou incompetentes": "Mas sempre ansiosos por evidência profissional". Na chefia da Polícia Federal, quando era ministro da Justiça, nunca houve tanto justiçamento midiático quanto no seu tempo. As operações da Polícia Federal eram comunicadas antecipadamente para a imprensa, ou para algum veículo em especial (aquele que fosse garantir maior repercussão), para que as pessoas supostamente investigadas ou indiciadas fossem execradas por meio da imprensa. Foi desse jeito que foi exposto à execração o ex-prefeito paulistano Celso Pitta, já falecido. Foi exposto do mesmo modo o banqueiro Daniel Dantas. Como essas operações eram ilegais, feitas de maneira incompetente, acabaram todas anuladas na Justiça. O petista Tarso Genro, ministro da Justiça, deu guarida à Justiça e às arbitrariedades do Poder Público. E agora vem condenar a imprensa? Quando ministro, a sua Polícia Federal agiu como polícia política para limpar o terreno no Rio Grande do Sul e preparar a sua candidatura. Fez isso com espetaculosas operações policiais, no caso do Detran e do Banrisul. E detonou CPIs, processo de impeachment e denunciações incompetentes no Poder Judiciário, que terminaram sendo anuladas pela própria Justiça. Tendo assustado todo o mundo político gaúcho, até um cavalo manco, com apenas três patas, teria ganho as eleições, como ele ganhou. Agora vem criticar a imprensa..... Ora, a imprensa não investiga. Quem investiga é a polícia e, mais recentemente, o Ministério Público. A imprensa publica os fatos das investigações. Muitos desses fatos, sob segredo de Justiça, são vazados por órgãos públicos. Os agentes públicos sabem que suas investigações são fajutas, incompetentes, incapazes de provar qualquer coisa. Então passam as informações para jornalistas, para veículos de comunicação. E aí, sabendo que na Justiça não conseguirão nada, esses agentes públicos conseguem então um substitutivo, o justiçamento midiático. E ainda têm a cara de pau de querer atribuir a culpa aos jornalistas, à imprensa. O sonho de todo fascista sempre foi o de poder atuar na cena público isento de qualquer crítica, no maior silêncio. Tarso Genro tem um história política que não o recomenda como um democratas. Em 1982, quando o País já se encaminhava para a plenitude da vida democrática, já tinha eleito governadores, já tinha alcançado a anistia, o senhor Tarso Genro comandava um grupelho comunista, chamado PRC (Partido Revolucionário Comunista). Ele criou um grupelho para si próprio, ao sair do PCdoB, no qual militava. E com esse grupelho ele queria retomar a luta armada. Queria empunhar armas para derrubar a ditadura e alcançar o regime democrático no Brasil? Nada disso, ele queria implantar a ditadura do proletariado no Brasil, um regime no qual não haveria liberdade de pensamento, de ação, de reunião, a liberdade de imprensa seria suprimida. Agora vem fazer fé de democrata? Ora, vá catar piolhos em cabeça de macaco. Mas, Tarso Genro deve mesmo odiar a imprensa, porque foi ela, foram os jornalistas, que denunciaram o maior crime já cometido na história republicana brasileira, o Mensalão do PT, objeto da Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal, na qual aparecem como réus quase toda a alta nomenklatura petista. Agora, é também a imprensa, são jornalistas, que denunciam a malta de ministros corruptos que cai como um castelo de cartas no governo Dilma Rousseff, mergulhado em um mar de lama. Tarso Genro foi ministro da Justiça. Deveria ter produzido, na sua gestão, a iniciativa de uma legislação penalizando o terrorismo no País, que vai receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em vez disso, ele passou a proteger terroristas, como o assassino italiano Cesare Battisti, e ao mesmo tempo prendia e entregava para a sanha assassina da ditadura cubana, dos genocidas Castro, os boxeadores que desertaram durante os Jogos Pan-Americanos, tudo mancomunado com o facínora Hugo Chavez, que enviou jatinho da PDVSA para remover os boxeadores. Tarso Genro é aquele mesmo personagem que, com apenas dois meses do segundo mandato, pedia o impeachment de Fernando Henrique Cardoso. Também não é de estranhar que o "Garoto de Ouro", como Tarso Genro era conhecido na década de 80 em Porto Alegre, tenha levado suas apreciações sobre a imprensa para serem proferidas dentro do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Essa instituição, que deveria funcionar como fiscal da sociedade, agindo em defesa dela. tem boa parte dos seus quadros seduzida pelo discurso autoritário, em favor de um corporativismo que busca vantagens. Qual foi o governo que pagou as escandalosas diferenças da URV para os procuradores e promotores de Justiça? Qual foi o governo que pagou sem autorização de lei, sem sentença judicial, sem provisão orçamentária para isso? Não foi, por acaso, o governo do PT?

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