quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Analistas dizem que acordo com Fatah fortalece Hamas para eleições de 2012

O grupo terrorista islâmico palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, sairá fortalecido de um possível acordo de reconciliação com o laico Fatah, que lhe possibilitará a conquista de uma parcela significativa do poder político também na Cisjordânia, nas eleições previstas para maio de 2012, segundo analistas. Os líderes do Fatah, Mahmoud Abbas, e do Hamas, Haled Mashal, estão reunidos no Cairo para tentar superar as diferenças que impediram a concretização do acordo firmado em abril deste ano para a formação de um governo conjunto. A reunião ocorre após o fracasso do pedido à ONU de reconhecimento do Estado Palestino, que enfraqueceu o Fatah, e a troca de centenas de prisioneiros palestinos pelo soldado israelense Gilad Shalit, que fortaleceu o Hamas. Depois da reconciliação com o Fatah, a posição do Hamas poderá se consolidar ainda mais. Para o analista israelense Akiva Eldar, "Netanyahu puniu Abbas fortalecendo o Hamas". A Autoridade Palestina também está enfraquecida economicamente, depois que o governo israelense suspendeu o repasse de taxas de importação, em represália à admissão do Estado Palestino pela Unesco há três semanas. As taxas mensais, no valor de US$ 100 milhões (cerca de R$ 186 milhões), que representam cerca de um terço do orçamento da Autoridade Palestina, são recolhidas por Israel que, segundo os acordos de Oslo, deve repassá-las ao governo palestino. O deputado do Fatah, disse que "Israel fez tudo para enfraquecer o Fatah". "Parece que o governo de Israel quer levar os palestinos ao desespero", afirmou Saqqa em referência à suspensão do repasse das taxas, que dificulta o pagamento dos salários dos funcionários da Autoridade Palestina, inclusive dos integrantes das forças de segurança. O presidente Abbas já anunciou que não pretende se candidatar novamente ao cargo nas próximas eleições. Entre os candidatos possíveis do Fatah não há um líder carismático o suficiente para assegurar a vitória nas eleições presidenciais. Nessas circunstâncias, crescem as chances do Hamas e alguns analistas não descartam a possibilidade de que o próximo presidente palestino seja identificado com o grupo. O Fatah conta com o apoio do Egito e a liderança do Hamas está baseada na Síria.

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