quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Banco Central viu sinal de fraude, mas aprovou venda do Banco Panamericano para Caixa Econômica Federal

O Banco Central já tinha indícios de irregularidades no Banco Panamericano quando aprovou a venda de parte do banco para a Caixa Econômica Federal, em julho de 2010. Com a autorização, a Caixa Econômica Federal pôde depositar a segunda e última parcela do pagamento do negócio, no valor de R$ 232 milhões, segundo depoimento do vice-presidente de Finanças do banco, Márcio Percival, à Polícia Federal. O Banco Central diz que a autorização final só foi dada em novembro daquele ano. Documentos internos do Banco Central anexados aos processos que apuram as fraudes de R$ 4,3 bilhões no então banco de Silvio Santos mostram que os técnicos da instituição começaram a desconfiar do Banco Panamericano em maio. Em julho, os inspetores investigavam uma diferença de R$ 3,9 bilhões na contabilização de carteiras de crédito cedidas para outras instituições financeiras. Foi justamente nesse tipo de operação que se concentraram as fraudes que quebraram o banco. Para aprofundar as investigações, ainda em julho, o Banco Central enviou pedidos de informações para os nove bancos com os quais o Banco Panamericano tinha mais operações de venda de carteiras de crédito. O objetivo era checar os números fornecidos pelo Banco Panamericano. Mesmo assim, no dia 19 daquele mês, o Banco Central aprovou, por ofício, a venda de 49% do capital social do banco para a Caixa Econômica Federal. A publicação no Diário Oficial da União, no entanto, só aconteceu em novembro. Seis dias depois, em 26 de julho, a Caixa Econômica Federal depositou o último pagamento pelo negócio, na conta da Silvio Santos Participações Ltda, no banco Bradesco. A operação, no valor total de R$ 739 milhões, tinha sido fechada em dezembro do ano anterior.

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