domingo, 6 de novembro de 2011

Brasil está importando cada vez mais alimentos do Exterior, como arroz, feijão e até banana

O Brasil já estava se desindustrializando com a política econômica do petismo nos governos Lula e Dilma (transferência de indústria para o estrangeiro), mas agora a situação é mais séria, porque está ficando também desabastecido. O Brasil está importando alimentos populares, como feijão, arroz e até a banana. Celeiro agrícola no mundo, o Brasil registra avanço superior a 380% na importação de alguns desses alimentos básicos só neste ano de 2011. O mercado interno aquecido, o câmbio favorável e o elevado custo de produção entre os agricultores do Brasil explicam o aumento das compras feitas no Exterior. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a importação de feijão, por exemplo, subiu 56% neste ano, após crescer 24% em 2010. O feijão chinês representa 31% das compras feitas pelo Brasil lá fora. A banana, símbolo do país tropical, também vem de longe: as importações, em alta desde 2008, avançaram 383% em setembro. Só a Tailândia respondeu por 50% dessas compras. "O consumo está em alta, e a oferta interna não consegue se adequar em vários períodos do ano. Esse é um movimento novo e que vem ganhando força. Além disso, o foco dos produtores sempre foi a exportação. Mas, hoje, há um mercado interno comprador muito interessante. Assim como acontece com os carros e os eletroeletrônicos, os importados também chegaram aos alimentos mais populares, e isso é preocupante", afirma Maurício Mendes, presidente da consultoria Informa FNP, especializada em agronegócios. A rede de supermercados Zona Sul negocia com produtores do Chile a importação de maçã, kiwi e pera a preços mais competitivos em relação aos similares nacionais. O Hortifruti compra ameixa da Espanha, pera dos Estados Unidos e de Portugal, além de kiwi da Itália. Com a ajuda do câmbio, a empresa consegue fazer até promoções: está vendendo o quilo de maçãs da Espanha por R$ 3,99. Originalmente, o produto custa R$ 4,99. Além do feijão e da banana, chama a atenção a importação de limão de países como Espanha e Uruguai, que aumentou 26% em 2010 e neste ano aponta alta de 45,6%. O professor Marcos Fava Neves, professor de Estratégia da FEA-USP, em Ribeirão Preto, considera o avanço lamentável. Para ele, o câmbio favorável, que permite a chegada de produtos mais baratos, e os altos custos de produção dentro do País, são ainda fatores que ajudam a explicar a maior presença dos itens estrangeiros na mesa. O Brasil exporta café em grão bruto e compra o produto finalizado de Suíça e Itália, que não são produtores, diz Carlos Alfredo, analista agrícola do IBGE. Segundo dados do Mdic, a importação cresce pelo menos 50% há dois anos seguidos. A renda em alta do brasileiro se reflete também nas compras de carnes vermelhas, com alta de 21% neste ano.

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